As preocupações com a possível menor oferta de óleo de palma na Ásia, a valorização do petróleo e a firme demanda mundial por óleo de soja impulsionaram as cotações desse derivado no Brasil e nos Estados Unidos a patamares recordes. Levantamento do Cepea mostra que o óleo de soja, bruto degomado, negociado em São Paulo – SP (com 12% de ICMS) teve média de R$ 9.693,25/tonelada em maio, 5,3% superior à de abril e recorde real (IGP-DI, de abril/22), considerando-se a série mensal do Cepea, iniciada em jul/98. Ressalta-se que o avanço do preço doméstico foi limitado pela menor demanda do setor de biodiesel. Além disso, indústrias alimentícias vêm relatando dificuldades em repassar as novas valorizações do óleo de soja ao consumidor. Quanto à soja em grão, o aumento no preço do óleo elevou a procura da indústria pela oleaginosa, o que impulsionou as cotações da matéria-prima. A valorização do dólar frente ao Real, de 4,1% de abril para maio, também elevou os preços da soja. Na comparação mensal, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) avançou 3,8%, e o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná, 3,7%.
MILHO: COLHEITA SE INICIA E AUMENTA PRESSÃO SOBRE VALORES, QUE JÁ SÃO OS MENORES DO ANO
As expectativas de segunda safra recorde já vinham pressionando as cotações do milho, mas, na última semana, o movimento de baixa foi reforçado pelo início da colheita no Centro-Oeste. Em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, como Rio Verde (GO), Chapadão do Sul (MS) e Campinas (SP), os valores do cereal no mercado disponível já operam nos menores patamares de 2022. Nesse cenário, produtores estão mais flexíveis nos valores de venda, enquanto compradores seguem retraídos, apostando na continuidade das baixas. Até mesmo nos portos, que apresentaram sustentação em alguns períodos deste ano, as cotações vêm caindo há dias, e as efetivações têm sido pontuais, tanto no spot como para entrega futura. Entre 27 de maio e 3 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu 2,1%, fechando a R$ 85,07/sc na sexta-feira, 3, o menor valor desde o início de dezembro/21, em termos nominais.
OVOS: VALORES SEGUEM ESTÁVEIS HÁ QUASE UM MÊS
As cotações dos ovos comerciais iniciaram o mês de junho praticamente estáveis na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, cenário que vem sendo observado desde o dia 5 de maio. Segundo colaboradores do Cepea, a maior facilidade no controle da oferta, principalmente devido às temperaturas mais baixas nas regiões produtoras, tem garantido sustentação aos preços, principalmente nos períodos de menor demanda, como no encerramento do último mês. Vale ressaltar que, no fim de maio, vendedores passaram a conceder descontos para garantir a liquidez da proteína, enquanto nos períodos de maior procura, esses agentes permanecem firmes nos valores pedidos. De 26 de maio a 2 de junho, o preço do ovo branco tipo extra, para retirada (FOB) em Bastos (SP), não teve alteração, fechando a R$ 144,65 por caixa com 30 dúzias no dia 2. Para o produto posto (CIF) no Rio de Janeiro (RJ), as cotações subiram 0,9% na semana, atingindo R$ 153,72/cx no dia 2. Quanto aos ovos vermelhos comercializados nas mesmas regiões, a movimentação dos preços foi similar: estabilidade na praça paulista e alta de 0,5% na capital carioca, cotados, respectivamente, a R$ 161,95/cx e a R$ 171,54/cx no dia 2.