As cotações internas da soja têm registrado variações positivas nos últimos dias, resultado do avanço no preço externo, da baixa produtividade das lavouras argentinas e, sobretudo, da maior demanda externa pelo grão brasileiro. De acordo com a Secex, o Brasil exportou em março/23 mais que o dobro do volume escoado em fevereiro/23 e 8,8% a mais que o de março/22, totalizando 13,27 milhões de toneladas. Essa é a maior quantidade de soja enviada ao exterior desde maio/21 e um recorde para março.
MILHO: COM PERSPECTIVA DE PRODUÇÃO ALTA, PREÇO SEGUE EM QUEDA
As cotações do milho seguem em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. A pressão vem da expectativa de produção nacional mais elevada, que vem mantendo consumidores afastados das negociações, à espera de recuos mais intensos nos preços. Esses demandantes também estão atentos ao fato de muitos produtores indicarem já não ter espaço nos armazéns. Ressalta-se que, produtores brasileiros que, no começo do ano, estavam apreensivos com os atrasos no campo, agora estão otimistas com a produção da segunda safra, sobretudo devido às condições climáticas favoráveis até o momento.
OVOS: COTAÇÕES PERMANECEM ESTÁVEIS DURANTE A SEMANA SANTA
As cotações dos ovos seguem estáveis neste início de abril, apesar do pagamento dos salários e da demanda aquecida por conta da Páscoa no último domingo. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, vendedores elevaram o volume disponível no mercado, prevendo um aumento da demanda durante a Semana Santa, o que resultou em estabilidade dos preços e em equilíbrio entre a oferta e procura.
CITROS: OFERTA DE PONCÃ DEVE SE INTENSIFICAR NESTE MÊS
A colheita de tangerina poncã se iniciou em São Paulo em março, ainda que em ritmo lento e com oferta limitada. A previsão é de que as atividades de campo sejam intensificadas agora em abril, com pico de safra a partir da segunda quinzena de maio. Colaboradores consultados pelo Cepea indicam que a produção da fruta pode ser menor neste ano nos principais estados produtores (São Paulo e Minas Gerais). Alguns pomares, principalmente mineiros, registraram perdas na produção durante as floradas, causadas por chuvas de granizos. Além disso, nos dois estados, o clima foi bastante chuvoso durante o desenvolvimento, o que aumentou a incidência de doenças e de perdas. Um ponto positivo é que a temporada deve ser bem distribuída, o que pode permitir menores oscilações de preços.