Com a trégua comercial entre os Estados Unidos e a China, a demanda externa pelo produto nacional pode diminuir, porque o país asiático pode voltar a importar maiores volumes dos EUA. Segundo pesquisadores do Cepea, essa possibilidade de redução mais acentuada das vendas externas de soja preocupa o produtor brasileiro, que está prestes a colher uma safra volumosa. Já compradores domésticos se retraíram nas aquisições de novos lotes, à espera de preços menores no primeiro trimestre do próximo ano. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou queda de 0,82% entre 30 de novembro e 7 de dezembro, indo para R$ 82,10/saca de 60 kg nessa sexta-feira. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou 1,68%, a R$ 76,53/sc de 60 kg.
MANDIOCA: DEMANDA ENFRAQUECIDA MANTÉM PREÇOS EM QUEDA
As cotações da mandioca continuam em baixa, de acordo com dados do Cepea. Parte da indústria, sem interesse pela formação de estoques, segue com baixo volume de moagem, mantendo a demanda pela matéria-prima enfraquecida. Do lado produtor, somente aqueles com necessidade de fazer caixa continuam comercializando. Nesse cenário, a média semanal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 359,89 (R$ 0,6259 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 4,3% abaixo do registrado no período anterior. Em quatro semanas, o recuo é de 11,69%. A partir desta semana, segundo colaboradores do Cepea, parte da indústria deve entrar em recesso e/ou manutenção, podendo haver excedente para as firmas que continuarem em operação.
MELANCIA: PICO DE COLHEITA EM ITÁPOLIS (SP) PRESSIONA COTAÇÕES
Com o maior volume de frutas, comum para o meio da safra, e o mercado pouco aquecido na região paulista de Itápolis, as cotações da melancia recuaram na primeira semana de dezembro, de acordo com dados do Hortifruti/Cepea. A fruta graúda (>12 kg) teve média de R$ 0,40/kg entre 3 e 7 de dezembro, recuo de 25,3% frente à semana anterior. Além disso, produtores têm registrado incidência significativa de doenças fúngicas e virose nas lavouras em desenvolvimento, o que pode impactar os rendimentos da colheita neste mês. Neste contexto, produtores contam com a redução de oferta prevista próximos dias e o mercado mais aquecido, característico do início do mês, para obter margens mais elevadas. Entretanto, a chegada de frutas do Rio Grande do Sul na segunda quinzena de dezembro pode pressionar novamente as cotações.