O ritmo das exportações de soja e derivados diminuiu nesta semana, devido à dificuldade de embarque. Alguns traders consultados pelo Cepea indicam que as chuvas ocorridas nas últimas semanas atrasaram a programação de escoamento nos principais portos brasileiros: Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS). Esse cenário diminuiu as cotas nos armazéns portuários para tradings que pretendiam enviar novos lotes para esses portos. As exportações foram limitadas também pelo atraso de navios, especialmente em Santos. Neste caso, os lotes que deveriam ser escoados nas duas últimas semanas foram prorrogados para a segunda quinzena deste mês. Na região do Matopiba, de acordo com levantamento do Cepea, precipitações seguem atrasando a colheita e limitando as comercializações. Quanto aos preços, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá recuou 1,2%, a R$ 76,50/saca de 60 kg no dia 12. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná teve baixa de 0,8%, a R$ 71,87/sc de 60 kg nessa sexta.
MILHO: PRODUÇÃO É NOVAMENTE REAJUSTADA E DISPONIBILIDADE PODE ATINGIR NOVO RECORDE
A produção de milho da safra 2018/19 foi novamente reajustada para cima. Agora, a perspectiva é que a temporada some 94 milhões de toneladas, inferior apenas a 2016/17, segundo dados da Conab. Com esse volume mais as importações, a disponibilidade interna pode atingir recorde. As exportações e o consumo doméstico também podem crescer, mas o grande excedente deve manter o tom baixista do mercado. Diante desse cenário, segundo pesquisas do Cepea, os preços do cereal seguiram em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Vendedores do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul e Goiás) estão mais ativos nas vendas futuras do milho da segunda safra. Produtores consultados pelo Cepea do Paraná e Rio Grande do Sul, por sua vez, mostram maior interesse de venda do milho de verão no spot. Entre 5 e 12 de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) cedeu 3,6%, fechando a R$ 36,69/sc de 60 kg na sexta-feira, 12.
MANDIOCA: MENOR OFERTA REDUZ PRESSÃO SOBRE AS COTAÇÕES
A menor disponibilidade de lavouras de mandioca com mais de dois ciclos e o pouco interesse de agricultores pela colheita e comercialização de raízes mais novas (entre 9 e 15 meses) reduziram a moagem, impactando diretamente na indústria de fécula. Para as farinheiras, a quantidade de matéria-prima foi suficiente para atender à demanda industrial. Apesar de parte das fecularias sinalizar para uma retomada do processamento, a demanda pela matéria-prima deve continuar estável. Embora não sido registrada disputa por mandioca entre as firmas, houve casos de aumento na remuneração aos agricultores, com objetivo de manter a oferta, porém, sem resultados efetivos. Entre 8 e 12 de abril, os preços da mandioca continuaram em queda, porém, em menor intensidade. A média semanal a prazo da mandioca posta na fecularia recuou 1,8%, ficando em R$ 296,79 por tonelada (R$ 0,5162 por grama de amido, na balança hidrostática de 5 kg).
OVOS: EXPORTAÇÕES RECUAM EM MARÇO
Após registrar grandes volumes embarcados nos primeiros meses do ano, as exportações brasileiras de ovos in natura recuaram em março. De acordo com os colaboradores consultados pelo Cepea, o período de Quaresma mantém mais atrativa a comercialização do produto no mercado doméstico, o que limita as vendas ao front externo. Em março, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques da proteína in natura ao mercado internacional totalizaram 532 mil quilos, queda de expressivos 53,5% frente a fevereiro. Vale ressaltar que, embora a quantidade embarcada em março tenha sido menor, agentes consultados pelo Cepea acreditam que, se a produção da proteína gerar muitos excedentes, as vendas externas do produto ao longo de 2019 podem aumentar, uma vez que as exportações desempenham papel estratégico quando o mercado interno está sobreofertado.