As negociações do complexo soja estiveram lentas no mercado brasileiro ao longo da última semana e os preços, enfraquecidos. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário esteve atrelado à desvalorização do dólar frente ao Real, que torna commodities norte-americanas mais atrativas aos importadores em detrimento das brasileiras. Muitos consumidores domésticos também estiveram afastados das aquisições, à espera de crescimento na oferta. Esses agentes se fundamentam no baixo volume de soja comercializada da safra 2021/22 e na proximidade da colheita de milho, que tende a incentivar produtores a escoar parte desse remanescente da oleaginosa, para liberar espaço nos armazéns.
MILHO: FRENTE FRIA NÃO PREJUDICA, E AGENTES VOLTAM A FICAR OTIMISTAS COM 2ª SAFRA
Uma forte onda de frio passou pelo Brasil na semana passada, mas apenas algumas regiões produtoras do Paraná, de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais que registraram geadas. Segundo agentes, o fenômeno climático aconteceu com intensidades de baixas a moderadas, o que não deve resultar em grandes quebras na produção. Diante disso, agentes consultados pelo Cepea voltaram a se mostrar otimistas com a segunda temporada do cereal. Quanto às negociações, seguiram lentas, tendo em vista que agentes estiveram atentos ao clima frio e aos possíveis impactos sobre a produção. No geral, parte dos compradores se mostrou abastecida e à espera da colheita da segunda safra. Vendedores, por sua vez, estiveram afastados do spot, de olho no campo.
MANDIOCA: OFERTA CRESCE, MAS DEMANDA FIRME LIMITA PRESSÃO SOBRE PREÇO
A oferta de mandioca cresceu um pouco na semana passada. Segundo pesquisadores, ainda que parte dos produtores tenha priorizado a separação e a coleta de manivas, outros agricultores, com necessidade de liberar áreas e/ou se capitalizar, avançaram com as atividades de colheita. A demanda industrial, sobretudo das fecularias, por sua vez, segue fortalecida, contexto que minimiza as pressões sobre os preços da raiz.
OVOS: DEMANDA SE AQUECE, E PREÇOS VOLTAM A SUBIR
Os preços dos ovos comerciais voltaram a subir na semana passada nas praças acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, os valores foram influenciados pelo reaquecimento na demanda. Ainda assim, o preço médio da parcial deste mês está inferior ao recorde observado em abril, devido às quedas observadas no começo de maio, quando a demanda pelo produto esteve enfraquecida. Na média da parcial de maio (até o dia 19), a caixa de ovos brancos tipo extra, em Bastos (SP), esteve a R$ 144,33/cx, recuo de 2,8% frente a abril, mas ainda 23,5% acima da média de maio/21, em termos nominais.