Com a quebra na produção de soja se confirmando, devido às adversidades climáticas na América do Sul, há preocupações em diferentes elos da cadeia produtiva, de acordo com informações do Cepea. De um lado, sem produção para comercialização, produtores, sobretudo os do Sul do Brasil, tendem a passar por dificuldades, amenizadas em alguns casos pelo apoio de seguros. Quanto à demanda, com os preços do grão em alta, os valores dos derivados também são impulsionados, encarecendo ainda mais os custos de produção de setores como a pecuária. Em relação aos preços do grão, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá da soja subiu 1,3% de 4 a 11 de fevereiro, fechando a R$ 195,85/saca de 60 kg na sexta-feira, 11. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná avançou 0,56%, a R$ 191,33/sc de 60 kg no dia 11.
MILHO: COTAÇÕES REGISTRAM APENAS PEQUENOS REAJUSTES
Os preços internos do milho seguiram praticamente estáveis na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias, apesar das recentes estimativas indicando redução na produção brasileira na atual temporada. Esse cenário se deve ao enfraquecimento da demanda. Vendedores, por sua vez, estão concentrados na colheita de soja e sem necessidade de “fazer caixa”. Assim, os valores se estabilizaram até mesmo em regiões que vinham registrando alta nas últimas semanas, como as do Sul. Entre 4 e 11 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) recuou leve 0,08%, fechando a R$ 97,05/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 11. Nessa região paulista, que é marcada por um grande número de demandantes, compradores relatam estoques confortáveis.
MANDIOCA: MÉDIA NOMINAL É A MAIOR EM 20 ANOS
Os preços da raiz continuam em alta nas regiões acompanhadas pelo Cepea. A média, inclusive, é a maior desde janeiro de 2002, em termos nominais. Esse cenário está atrelado à menor oferta e à demanda fortalecida. Entre 7 e 11 de fevereiro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia subiu 1,7%, para R$ 706,62 (R$ 1,2289 por grama de amido), a maior de toda a série histórica do Cepea, iniciada em janeiro de 2002. Apesar das recentes chuvas, a colheita não avançou conforme agentes esperavam, devido à indisponibilidade de lavouras ou ao fato de produtores estarem postergando as atividades por conta do baixo teor de amido ou da expectativa de preços mais elevados. Ao mesmo tempo, a demanda pela matéria-prima se fortaleceu, uma vez que as unidades têm intensificado a moagem.
OVOS: DIFERENÇA DE PREÇO ENTRE OVOS BRANCOS E VERMELHOS É A MAIOR EM 10 MESES
Os preços dos ovos comerciais estão em alta neste mês, devido à menor oferta da proteína, segundo informações do Cepea. Além do controle da produção realizado por agentes do setor, as altas temperaturas em fevereiro e em janeiro em parte das regiões produtoras reduziram a produtividade das poedeiras, principalmente das que põem ovos vermelhos, mais sensíveis ao calor. Nesse cenário, a valorização do vermelho tem sido maior que a do branco, ampliando a diferença entre as cotações desses produtos ao maior patamar dos últimos 10 meses.