Em janeiro, as cotações da soja registraram expressivas quedas no mercado brasileiro, voltando aos menores valores desde janeiro/18, em termos reais (IGP-DI de dezembro/18). A pressão se deve à significativa desvalorização do dólar frente ao Real, às estimativas de menor demanda chinesa e à redução nos embarques norte-americanos. Vale ressaltar que a liquidez está baixa, devido à retração dos produtores consultados pelo Cepea, que mostram preferência por armazenar o grão em detrimento de comercializar nos atuais patamares de preços. As negociações de contrato a termo também se estagnaram, diante da incerteza sobre o volume a ser colhido no Brasil. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou significativa queda de 5,2% entre dezembro e janeiro, com média de R$ 76,89/sc de 60 kg – a menor desde janeiro/18. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná também teve o menor valor real em um ano, a R$ 72,02/sc de 60 kg, 4,7% inferior à média de dezembro.
MANDIOCA: MAIOR DEMANDA E DIFICULDADE DE COLHEITA SUSTENTAM PREÇOS
A demanda por mandioca se aqueceu em janeiro, devido à retomada das atividades da maioria das empresas. Ao mesmo tempo, as chuvas acabaram dificultando os trabalhos de campo na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, prejudicando a oferta. Esse cenário de demanda aquecida e oferta prejudicada sustentou os preços. Além disso, produtores consultados pelo Cepea seguem preocupados quanto à receita obtida. Isso porque a renda e a produtividade estão abaixo do esperado, limitando a receita em R$/t, restringindo a retomada da colheita por parte de muitos agricultores.
MELANCIA: PREÇOS SOBEM COM FORÇA NO RIO GRANDE DO SUL
Os preços da melancia subiram com força no Rio Grande do Sul entre 28 de janeiro e 1º de fevereiro, impulsionados pela oferta mais baixa da região. Com a finalização da colheita em Arroio dos Ratos na última semana e os trabalhos ainda lentos em Bagé, a disponibilidade de frutos gaúchos ficou restrita à Encruzilhada do Sul. Entretanto, após as fortes chuvas no início de janeiro, as temperaturas se elevaram, aumentando o abortamento nesta última praça, segundo colaboradores do Cepea. Além disso, o sol forte nos últimos dias vem acarretando em um alto percentual de frutos queimados, restringindo ainda mais a oferta no RS. Assim, a melancia graúda (>12 kg) ficou em média a R$ 0,93/kg de 28 de janeiro a 1º de fevereiro, forte alta de 66,3% frente ao período anterior. A expectativa de produtores é de que as cotações permaneçam em maiores patamares nos próximos dias.