Os preços da soja voltaram a subir nos últimos dias, segundo dados do Cepea. O aumento esteve atrelado especialmente à recente valorização do dólar frente ao Real. Além disso, produtores, após terem “feito caixa” nas duas últimas semanas, estão retraídos das vendas de grandes lotes, fazendo com que compradores paguem mais pela oleaginosa. A firme demanda externa, especialmente da China (pelo grão) e da Coreia do Sul (para o farelo), também deu suporte aos prêmios de exportação e, consequentemente, aos valores domésticos. No porto de Paranaguá (PR), o valor médio do Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja em março superou em 6,25% o de fevereiro.
MILHO: RETRAÇÃO DE COMPRADORES MANTÉM QUEDAS
Os preços do milho continuam em baixa em muitas praças de São Paulo, Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul. Em Campinas (São Paulo), região de referência para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, o recuo foi de 1,63% entre 23 e 29 de março, fechando a R$ 40,35/saca de 60 kg na quinta-feira, 29. No mês, porém, o Indicador ainda acumulou alta, de 2,93%. Pesquisadores do Cepea afirmam que compradores, abastecidos para o curto prazo, estão fora do mercado e atentos ao avanço da colheita do milho verão, o que eleva a disponibilidade interna. Produtores, por sua vez, também estão retraídos das vendas, à espera de reação nos preços. Nesse cenário, o ritmo de negócios continua lento.
MANDIOCA: OFERTA SEGUE BAIXA E PREÇOS SOBEM
Com poucas lavouras de segundo ciclo disponíveis para comercialização e a retração de parte dos agricultores, a oferta de mandioca continua baixa nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Este quadro foi agravado por chuvas em parte das áreas e pelo feriado da Paixão de Cristo. Enquanto a oferta vem dando sinais constantes de diminuição, a demanda industrial segue firme, especialmente das fecularias. Entre 26 e 29 de março, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 525,44 (R$ 0,9138/grama de amido na tabela de renda 20), elevação de 0,6% frente ao do período anterior.
CITROS: FERIADO E FIM DE MÊS LIMITAM NEGÓCIOS
As negociações de laranja de mesa estiveram desaquecidas nos últimos dias, tanto devido ao feriado de Paixão de Cristo, que impacta as vendas, quanto ao período de fim de mês. Mesmo assim, segundo informações do Cepea, a oferta limitada de frutas com boa qualidade ainda sustenta as cotações. Na semana passada, a laranja pera teve média de R$ 32,41/caixa de 40,8 kg, na árvore, alta de 2,1% em relação à anterior. Quanto à lima ácida tahiti, por sua vez, o feriado aqueceu as negociações, visto que a fruta é utilizada para tempero de pratos típicos do período. Além disso, agentes consultados pelo Cepea relatam que muitos produtores teriam reduzido a colheita da variedade, com o objetivo de valorizar a tahiti. Neste cenário, a fruta registrou média de R$ 14,59/cx de 27 kg, colhida, de segunda a quinta-feira da semana passada, avanço de 5,9% em relação ao período anterior.