🍎 🍕 Menos maçãs, mais pizza 🤔 Já viu recentemente a carteira de Warren Buffett?Veja mais

Soja: Maior Demanda Pode Sustentar Preços em 2022

Publicado 12.01.2022, 16:20
CL
-
ZL
-
ZS
-

A temporada 2021/22 de soja se iniciou com otimismo. A expectativa é de oferta recorde, mas também de demandas interna e externa aquecidas. No Brasil, a preocupação do lado da demanda está relacionada ao consumo de óleo de soja para a produção de biodiesel, visto que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) deve manter a mistura de biodiesel no óleo diesel em 10%, contra os 13% esperados por agentes, percentual que prevalecia até setembro de 2021.

No campo, o clima favoreceu o início da semeadura e o desenvolvimento das lavouras nacionais nesta temporada 2021/22. No último bimestre de 2021, houve baixa umidade no Sul do País e excesso de chuvas no Norte e Nordeste, causadas pelo fenômeno climático La Niña, mas os impactos negativos não parecem ser generalizados. 

A produção nacional de soja está projetada em 142,78 milhões de toneladas pela Conab e em 144 milhões de toneladas pelo USDA, ambas recordes. Por enquanto, a Conab indica que o Rio Grande do Sul deve produzir a segunda maior safra do País, de 21,22 milhões de toneladas, atrás apenas da de Mato Grosso, de 38,32 milhões de toneladas. A produção do Paraná pode ser a terceira maior do Brasil, estimada em 20,72 milhões de toneladas.

Nas regiões Norte e Nordeste, embora a incidência de pragas tenha aumentado, devido à maior umidade, o controle fitossanitário deve impedir a propagação de doenças – porém, isso tende a aumentar ainda mais o custo de produção. São esperados crescimentos de 1,7% na oferta dos estados do Nordeste, para 13,07 milhões de toneladas, e de 4,6% para o Norte, somando 7,73 milhões de toneladas.

Ressalta-se que o custo operacional das aquisições de insumos (especialmente de fertilizantes) aumentou entre as safras 2020/21 e 2021/22. A Equipe de Custos de Produção do Cepea estima que os gastos com insumos adquiridos por produtores de Luís Eduardo Magalhães (BA) devem aumentar 28% na safra 2021/22. Nas regiões de Cascavel (PR) e de Sorriso (MT), os custos devem subir cerca de 30% e 23%, respectivamente, considerando-se a compra dos insumos de forma antecipada, ou seja, entre janeiro e julho de 2020 e os mesmos meses de 2021. 

De forma geral, apesar de esses custos estarem maiores para os agricultores que compraram os insumos de forma mais tardia, o maior impacto deverá ser sentido nas compras para a safra 2022/23. A preços de novembro de 2021, o custo operacional para 2022/23 é aproximadamente 33% maior que o da temporada 2021/22. Os gastos com fertilizantes e herbicidas são os que tiveram elevações mais expressivas entre estas safras, com os adubos se valorizando 70% e os herbicidas, significativos 120%.

Quanto aos preços, embora os contratos futuros de 2022 da soja na CME Group (Bolsa de Chicago) operem por volta de US$ 12,50/bushel, abaixo da média de 2021 (no segundo trimestre de 2021, especificamente, os contratos chegaram a atingir US$ 16,00/bushel), os prêmios brasileiros podem dar sustentação aos valores no Brasil. 

DEMANDA – Enquanto a produção nacional pode crescer 4,35% em relação à temporada 2020/21, as exportações estão previstas pelo USDA em 94 milhões de toneladas, e o consumo doméstico, em 47,7 milhões de toneladas, respectivos aumentos de 15,13% e 2%. Dados do USDA projetam que a China deve importar 100 milhões de toneladas de soja em grão, diante da maior demanda para processamento e da queda na produção de soja no país, que deve ser a menor desde a temporada 2018/19. O Departamento também indica que a União Europeia aumente em 1,4% suas importações na safra 2021/22, projetadas em 15 milhões de toneladas. Se confirmado, este será o maior volume desde 2015/16.

Mesmo em temporada de demanda global recorde, o USDA aponta queda de 9,51% para as exportações de soja dos Estados Unidos (segundo maior exportador global). Os embarques do Paraguai devem somar 6,35 milhões de toneladas e os da Argentina, 5,35 milhões de toneladas. 

DERIVADOS – Os consumos mundiais de farelo e de óleo de soja na temporada 2021/22 devem atingir os recordes de 251,95 milhões de toneladas e de 60,69 milhões de toneladas, respectivamente, também segundo o USDA. O consumo de farelo deve crescer 2,9% entre as duas últimas safras e o de óleo, 1,43% na área alimentícia e 8,62% no segmento industrial, ainda conforme dados do USDA. 

No Brasil, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) aprovou o novo modelo de comercialização de biodiesel em substituição aos leilões públicos, que deve entrar em vigor a partir de janeiro de 2022. No novo modelo, as distribuidoras podem comprar o biodiesel diretamente de produtores. Essas negociações devem ocorrer por meio de contratos de fornecimento e de transações à vista (mercado spot) ou com contratos a termo entre as partes. 

Para o Brasil, o USDA projeta aumento nas ofertas de farelo e óleo em linha com o esmagamento de soja, de 2%. Para o farelo, são esperados crescimentos de 4,5% na demanda interna (para 20 milhões de toneladas) e de 2,4% nas exportações (para 17 milhões de toneladas). No caso do óleo, por outro lado, o consumo interno deve recuar 1,3% (para 7,86 milhões de toneladas), o que eleva o excedente e favorece as exportações, que podem chegar a 1,45 milhão de toneladas (+14,3%).

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.