Os preços domésticos da soja avançaram na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, os valores foram influenciados pela maior demanda internacional, sobretudo da China, país que tem elevado o volume de esmagamento da soja. Além disso, indústrias nacionais estão mais ativas nas aquisições da soja em grão no spot, devido à aquecida demanda por farelo e óleo de soja. No campo, as chuvas irregulares no Brasil estão deixando o setor em alerta. No Centro-Oeste, as altas temperaturas e a baixa umidade do solo levaram parte dos sojicultores a realizar o replantio.
MILHO: CLIMA NO BR PREOCUPA AGENTES
O clima no Brasil ainda preocupa e isso tem resultado em diminuição nas negociações envolvendo o milho. De acordo com colaboradores do Cepea, a chuva em excesso no Sul do País vem reduzindo a expectativa de produtividade, e a falta de umidade e a elevada temperatura no Centro-Oeste atrasam a semeadura de soja, o que pode limitar a janela considerada ideal para as atividades envolvendo milho. Neste cenário, consumidores estão mais ativos no spot, atentos à possibilidade de redução na oferta e a possíveis reajustes positivos nos preços, enquanto vendedores estão afastados, acreditando em valorização do milho.
MANDIOCA: OFERTA CRESCE ABAIXO DO ESPERADO, E DEMANDA SE AQUECE; PREÇO SOBE
O clima favoreceu a colheita de raiz de mandioca na semana passada na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar disso, como a disponibilidade de lavouras ainda esteve baixa e muitos produtores priorizam tratos culturais e/ou postergam a comercialização, a oferta de matéria-prima cresceu abaixo das expectativas. Já do lado da demanda, pesquisadores do Cepea indicam que houve aquecimento na procura pela matéria-prima, sobretudo por parte de farinheiras. Esse cenário resultou em alta nos preços da raiz de mandioca na semana. No campo, estimativas do IBGE apontam que a área a ser colhida com mandioca no Brasil neste ano deve crescer 1,4%, para 1,24 milhão de hectares, e a produtividade, 2,8%, para 15,3 toneladas/hectare. Como resultado, a produção deve ser 4,2% maior, totalizando 18,9 milhões de toneladas em 2023, ainda de acordo com o IBGE.
OVOS: APESAR DE QUEDA MENSAL, EXPORTAÇÃO EM 2023 JÁ SUPERA VOLUME DE 2022
As exportações brasileiras de ovos (considerando-se produtos in natura e processados) caíram de setembro para outubro. Apesar disso, no acumulado deste ano (de janeiro a outubro), os envios da proteína ao exterior já superam em 2,5 vezes o volume escoado em todo o ano de 2022. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados e analisados pelo Cepea, mostram que os embarques de ovos totalizaram 1,03 mil toneladas em outubro, queda de 33% frente a setembro, mas 75% acima da quantidade exportada em outubro/22. No mercado interno, os preços dos ovos subiram na semana passada na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, influenciados pelo aquecimento da procura.