Os preços da soja subiram no Brasil na semana passada, impulsionados sobretudo pelo maior interesse de compradores. Segundo pesquisadores do Cepea, esses agentes aproveitaram o elevado patamar do dólar – que voltou a operar acima de R$ 5 – para realizar negócios de curto prazo para o mercado interno e completar navios. Vendedores, que também estiveram mais ativos no período, buscaram “fazer caixa” para pagamento de custeio. Inclusive, os valores da soja em grão no Brasil se descolaram dos observados no mercado externo, que caíram, pressionados pelo bom ritmo da semeadura e pela demanda enfraquecida. Quanto aos derivados, a demanda de avicultores e suinocultores por farelo de soja esteve mais aquecida, cenário que elevou os preços do produto no Brasil. Já no caso do óleo, os valores caíram, pressionados pela menor demanda para a produção de biodiesel no Brasil.
MILHO: COLHEITA DA SEGUNDA SAFRA SE INICIA, MAS PREÇO SEGUE FIRME
Mesmo diante do início da colheita da segunda safra em importantes regiões produtoras, como Mato Grosso e Paraná, os preços do milho apresentaram leves altas na semana passada na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, a sustentação veio da postura firme de vendedores, que estiveram atentos à maior paridade de exportação. Já demandantes preferiram aguardar melhores oportunidades com o avanço da colheita, cenário que limitou a liquidez. Nos portos, as cotações também avançaram, influenciadas pelas valorizações do dólar e externa.
MANDIOCA: ESMAGAMENTO SEGUE ABAIXO DAS EXPECTATIVAS
A moagem de raiz de mandioca tem ficado abaixo do esperado pelos agentes da indústria de fécula neste período de safra, resultado da menor área plantada em anos anteriores. Segundo pesquisadores do Cepea, a disponibilidade de lavouras de segundo ciclo está baixa e o interesse pela colheita de lavouras de um ciclo, reduzido. Além disso, muitos agricultores já estão priorizando os trabalhos de plantio da safra 2021/22. Já do lado da demanda, a procura por parte da indústria de fécula continua fortalecida, o que tem levado empresas a intensificarem a disputa pela matéria-prima. Quanto aos preços, entre 13 e 17 de junho, a média da mandioca posta fecularia foi de R$ 838,64/tonelada, com leve recuo de 0,2% frente à da semana anterior, mas expressivos 70,7% acima da verificada há um ano, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI).
CITROS: QUEDA NA TEMPERATURA LIMITA DEMANDA
A queda das temperaturas no Sul e no Sudeste do Brasil ao longo da semana passada limitou o consumo de citros. Assim, os preços da laranja se enfraqueceram. A média semanal da laranja pera foi de R$ 35,23/cx de 40,8 kg, na árvore, leve baixa de 0,7% em comparação com a semana anterior. No mercado internacional de citros, a possibilidade de a temporada de furacões deste ano no Hemisfério Norte ser acima do normal tem deixado citricultores norte-americanos em alerta. Isso porque o fenômeno traz riscos adicionais à safra de laranja do estado da Flórida, já marcada pela diminuição na produção nos últimos anos, especialmente devido ao greening.