As negociações envolvendo a soja em grão seguem em ritmo lento no mercado interno e também para exportação. Boa parte de agentes consultados pelo Cepea está com a atenção voltada aos embarques de milho. Esse cenário elevou os fretes rodoviários e, consequentemente, a disputa por caminhões. Já as saídas envolvendo a oleaginosa foram menores em junho. Segundo dados da Secex, o Brasil exportou 9,1 milhões de toneladas de soja em grão no mês passado, volume 16,4% inferior ao de maio e 13% abaixo do de junho/18. Quanto aos derivados, em junho, o Brasil embarcou 1,53 milhão de toneladas de farelo de soja, volume 7,3% menor que o de maio e 2,1% inferior ao de junho/18. Em junho, os embarques de óleo de soja foram 45,2% inferiores aos de maio, totalizando 140,2 mil toneladas. Esse cenário, a queda dos preços futuros na CME Group (Bolsa de Chicago) e a desvalorização do dólar pressionaram as cotações internas. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou 2,7% entre 28 de junho e 5 de julho, indo para R$ 79,56/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 5. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná cedeu 1,9%, a R$ 74,05/sc de 60 kg no dia 5.
OVOS: DEMANDA SE AQUECE E PREÇOS FECHAM JUNHO EM ALTA
As cotações dos ovos encerraram junho em alta em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea, refletindo o aquecimento da demanda, reforçado pelo período de festas juninas. Apesar do bom desempenho frente a maio/19, os patamares de preços ainda são inferiores aos observados no mesmo período do ano passado. A média do ovo branco, tipo extra, colocado na Grande São Paulo (R$ 84,90/cx) em junho é 2% superior à de maio, mas 7% abaixo da verificada em junho/18. Para o ovo tipo extra vermelho, na mesma comparação, a média de junho (R$ 96,85/cx) é 1% maior que a do mês anterior e 6% menor que a de junho do ano passado. Para o ovo branco, a retirar em Bastos, de maio para junho, a valorização é de 3%, com média de R$ 79,22/cx. O vermelho, na mesma região, teve aumento de 1%, negociado com média de R$ 90,93/cx no último mês. Em relação a junho/18, para ambos os produtos, os preços são 7% menores.
MILHO: NEGOCIAÇÃO SEGUE AQUECIDA NOS PORTOS, MAS É FRACA NO INTERIOR DO BR
As negociações envolvendo milho seguem aquecidas nos portos, mas estão fracas no interior do País. Compradores da maior parte das regiões consultadas pelo Cepea se mostram estocados e, por isso, se mantêm afastados do mercado, à espera de desvalorizações no cereal com o avanço da colheita da segunda safra. Já vendedores estão firmes nos valores, diante dos maiores patamares de preços do milho nos portos. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa caiu 4% entre 28 de junho e 5 de julho, a R$ 37,29/sc de 60 kg na sexta-feira, 5. No campo, o clima tem favorecido o avanço da colheita. Em Mato Grosso, até o encerramento de junho, 40,8% da área estimada havia sido colhida, de 32 p.p. acima do mesmo período de 2018. No Paraná, segundo o Deral, até o dia 1º de julho, a colheita havia alcançado 41% da área total, 39 p.p a mais que há um ano. Das lavouras remanescentes, boa parte está em fase de maturação (80%) e frutificação (20%).
MANDIOCA: PREÇOS SOBEM MAIS DE 3% NA SEMANA
A comercialização de mandioca foi postergada, devido à baixa rentabilidade das lavouras de 1º ciclo, cenário que pressionou a oferta. Além disso, as condições climáticas desfavoráveis (clima seco no início da semana e chuvas nos últimos dias) e a necessidade de priorizar as atividades relacionadas ao plantio também pesaram sobre a decisão de colheita. Ao mesmo tempo que a oferta diminuiu, a demanda por raízes se aqueceu, principalmente pelas fecularias consultadas pelo Cepea que tiveram sinais de melhora nas vendas. Entre 1º e 5 de julho, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 314,62 (R$ 0,5472 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), alta de 3,2% em comparação à média do período anterior. Para os próximos períodos, a oferta pode se manter abaixo do esperado, devido à retração de alguns produtores consultados pelo Cepea e ao fato de muitos terem efetuado a poda. Além disso, após as últimas chuvas, mandiocultores poderão priorizar o plantio, especialmente com o preparo de solo e semeadura.
LEITE: COM MERCADO ENFRAQUECIDO, UHT E MUÇARELA INICIAM JULHO EM QUEDA
De 1º a 5 de julho, a cotação média do UHT foi de R$ 2,3633/litro, baixa de 1,71% frente à semana anterior – essa é a sexta semana consecutiva de baixa nos valores desse derivado. O queijo muçarela, por sua vez, caiu leve 0,19%, com média de R$ 17,7071/kg, no mesmo período. Esse cenário, de acordo com colaboradores do Cepea, se deve ao mercado enfraquecido de ambos os produtos, o que aumentou o volume estocado. Assim, alguns laticínios diminuíram suas produções. Para as próximas semanas, os preços devem se manter baixos, devido ao começo das férias escolares, que diminui o consumo de derivados.