As cotações internas da soja em grão se enfraqueceram nos últimos dias, diante de uma demanda arrefecida. Segundo colaboradores do Cepea, compradores se mostram estocados e, por isso, estão fora de mercado para novas aquisições. Vendedores também não demonstram interesse em negociar o remanescente da safra 2017/18, uma vez que consideram baixos os preços atuais. Além disso, produtores estão focados no semeio e nos tratos culturais das lavouras da temporada 2018/19, deixando a comercialização de lado. Os prêmios de exportação também seguiram em queda por mais uma semana, refletindo a possibilidade de retomada das negociações entre Estados Unidos e China e também a expectativa de maior oferta na América do Sul no primeiro semestre de 2019, o que limitou ainda mais as negociações no mercado doméstico. Entre 16 e 23 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou 1,6%, a R$ 83,24/saca de 60 kg na sexta-feira, 23. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná teve queda de 1,1%, a R$ 77,62/sc de 60 kg no dia 23. As baixas só não foram mais expressivas devido à valorização de 2,1% do dólar no período, que fechou a R$ 3,81 na sexta, 23.
MILHO: VALORES RECUAM NO RS E NO CENTRO-OESTE, MAS SEGUEM SUBINDO EM SP
Os valores do milho voltaram a cair em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, especialmente nas do Centro-Oeste e do Rio Grande do Sul. A pressão vem do bom desenvolvimento da safra de verão, que tem sido favorecida pelo clima, e também das exportações em ritmo lento. Já nas praças consumidoras, como em São Paulo, as cotações seguem avançando, influenciadas pelo recuo de vendedores. Entre 16 e 23 de novembro, o milho (negociação entre empresas) na região de Sorriso (MT) se desvalorizou 1,4%, a R$ 19,19/saca de 60 kg na sexta-feira, 23. No Sul, os valores do milho pagos aos produtores caíram 2,3% em Santa Rosa (RS), com o cereal negociado a R$ 31,94/sc na sexta. Já em São Paulo, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas) avançou 1,3%, fechando a R$ 37,30/saca no dia 23. Neste caso, alguns compradores já indicam a necessidade de repor estoques para o fim de ano. A oferta de outros estados, sobretudo do Centro-Oeste, tem sido menor e preocupações quanto ao frete limitam os negócios.
MANDIOCA: PRODUTORES INTENSIFICAM COMERCIALIZAÇÃO; PREÇOS SEGUEM EM QUEDA
cotações da mandioca caíram por mais uma semana, refletindo o aumento da oferta e a demanda enfraquecida. Segundo colaboradores do Cepea, parte dos agricultores demonstra maior interesse pela comercialização, devido à necessidade de liberar áreas de arrendamento ou visando um novo plantio. Para outros, os negócios são motivados pela necessidade de fazer caixa e também por expectativas de desvalorizações ainda mais expressivas nos próximos meses. Do lado da procura, a baixa liquidez no mercado de derivados (fécula e amidos modificados) reduziu a moagem e o interesse pela formação de estoques por parte das fecularias – algumas até sinalizam antecipar o recesso de final de ano. Nesse cenário, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 397,31 (R$ 0,6910 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg) entre 19 e 23 de novembro, 2,5% menor que a média da semana anterior. Em quatro semanas, a baixa chega a 7,6%.
CENOURA: CHUVAS CAUSAM DESCARTES E PREÇO SOBE MAIS DE 10% NO CERRADO MINEIRO
A combinação de chuvas volumosas com temperaturas elevadas em Minas Gerais nos últimos dias favoreceu a incidência de mela e nematoides nas cenouras do Cerrado Mineiro, levando a descartes de parte das raízes e reduzindo a oferta do produto. Além disso, as precipitações retardaram o ritmo da colheita desta safra, que já vem diminuindo em função da proximidade do fim. Assim, entre 19 e 23 de novembro, o preço da caixa com 29 kg de cenoura “suja” subiu 10,4% frente ao da semana anterior, para a média de R$ 17,00. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o menor ritmo das atividades de campo pode adiar para janeiro o encerramento da safra de inverno, que é esperado para dezembro. Como no próximo mês as variedades de verão já começam a ser colhidas, deve haver uma sobreposição entre as duas temporadas. Além dos danos às raízes colhidas, colaboradores do Hortifruti/Cepea afirmam que a chuva excessiva também dificulta a germinação das sementes recém-cultivadas. Deste modo, o percentual de replantio aumentou bastante no Cerrado.