As cotações externas e domésticas da soja têm caído com certa força neste mês de junho. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem do clima favorável à safra da oleaginosa nos Estados Unidos, da recente melhora nas condições das lavouras do país norte-americano e de especulações indicando menor demanda por parte da China – que tem estoques alongados. Além disso, uma possível alteração na política de biodiesel nos EUA reforçou a queda dos preços, tendo em vista que essa mudança pode resultar em diminuição da demanda por óleo de soja para a produção do combustível. Para o Brasil, pesa também a desvalorização do dólar frente ao Real. Diante disso, na parcial de junho (até o dia 18), o Indicador da soja CEPEA/ESALQ Paraná recuou expressivo 11,97%, fechando a R$ 148,08/saca de 60 kg na sexta-feira, 18. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, com receio de quedas ainda mais acentuadas nos próximos dias, parte dos sojicultores elevou a oferta do grão no Brasil. Entretanto, compradores estiveram afastados das negociações no spot e de contratos a termo, resultando em baixa liquidez interna.
MILHO: INDICADOR SEGUE EM QUEDA E OPERA ABAIXO DE R$ 90/SC
A comercialização de milho está enfraquecida no Brasil. De acordo com pesquisadores do Cepea, esse cenário se deve ao menor interesse de compradores, que, agora, têm expectativas de quedas ainda mais intensas nos preços, fundamentados na proximidade da colheita e na desvalorização nos portos brasileiros. Do lado produtor, apesar de muitos não terem necessidade de vender o milho para fazer caixa, estes temem que o movimento de queda dos preços se intensifique. Com isso, parte tenta negociar lotes remanescentes da temporada 2020/21 ou da safra verão. Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa voltou a operar abaixo de R$ 90/saca, fechando a R$ 89,87 na sexta-feira, 18, com forte queda de 10,2% na parcial de junho.
MANDIOCA: COLHEITA É RETOMADA, E QUEDA DE PREÇOS SE INTENSIFICA
Com o tempo mais firme, a colheita de raiz de mandioca foi retomada em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Esse cenário, por sua vez, elevou a oferta para as indústrias e, consequentemente, intensificou o movimento de queda nos valores da raiz. No mercado de fécula, as recentes quedas nos preços da raiz e, principalmente, a expectativa de cotações ainda menores mantiveram compradores afastados do mercado. Assim, no spot, foram registrados apenas negócios pontuais, envolvendo quantidades menores, mas alguns compradores – de segmentos industriais – continuaram com interesse por contratos para entrega nos próximos meses.
OVOS: PODER DE COMPRA DO AVICULTOR CRESCE, MAS AINDA É MENOR QUE EM 2020
O poder de compra do avicultor de postura frente aos principais insumos de alimentação (milho e farelo de soja), que vinha recuando desde fevereiro, tem se recuperado neste mês de junho. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário se deve ao aumento dos preços dos ovos e à desvalorização do cereal e do derivado de soja. Na primeira quinzena do mês, as cotações dos ovos subiram, impulsionadas pelo aquecimento das vendas e refletindo também os esforços do setor em controlar a oferta da proteína. Pesquisadores do Cepea ressaltam, contudo, que o poder de compra deste mês ainda está bem abaixo do verificado em junho de 2020.