A valorização do dólar, o baixo excedente da soja brasileira e a expectativa de maiores demandas externa e interna têm impulsionado os preços da soja no Brasil, de acordo com pesquisas do Cepea. Os valores médios na parcial deste mês, inclusive, já são os maiores deste ano, em termos reais (IGP-DI, jul/19). No mesmo período, ambos os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná avançaram 2,1%, fechando a R$ 87,43 e a R$ 80,93/sc de 60 kg no dia 23, na mesma ordem. No spot, sojicultores brasileiros consultados pelo Cepea se retraíram da comercialização de grandes lotes, na expectativa de novas altas. Esses agentes também estão atentos à redução da relação estoque/consumo final nesta temporada nacional (2018/19), que deve ser a menor das últimas três safras, conforme dados do USDA, e ao maior custo das aquisições de insumos – especialmente de fertilizantes – para a da safra 2019/20.
MILHO: PREÇOS APRESENTAM MOVIMENTOS DISTINTOS DENTRE AS PRAÇAS ACOMPANHADAS
As diferentes condições de oferta e demanda regionais têm feito com que os preços do milho apresentem movimentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea. Esse contexto reduz o ritmo de negócios, levando compradores a adquirir apenas pequenos lotes para o curto prazo. Já na região dos portos, o bom ritmo das exportações mantém em alta os valores do cereal. No Rio Grande do Sul e em São Paulo, é a demanda que sustenta os valores. Em Campinas (SP), compradores consultados pelo Cepea estão ativos, mas vendedores resistem em negociar nos atuais preços, fundamentados no alto patamar do dólar durante a aquisição de insumos, que elevou os custos de produção. Entre 16 e 23 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 1,2%, a R$ 36,60/saca de 60 kg na sexta-feira, 23. Já as quedas são observadas em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná, com as cotações, neste caso, sendo pressionadas pela oferta elevada na atual safra. A finalização da colheita e a entrega dos lotes já programados mantêm produtores voltados às negociações envolvendo a soja, que apresenta preço mais atrativo neste momento.
MANDIOCA: APESAR DA MENOR OFERTA, COTAÇÕES RECUAM
A estiagem tem atingido todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, prejudicando fortemente o avanço dos trabalhos no campo, especialmente a colheita, que foi interrompida por uma parcela significativa de produtores, diminuindo a oferta. Ao mesmo tempo, parte das indústrias de fécula e de farinha continuou com baixa produção. Entre 19 e 23 de agosto, mais firmas deixaram de moer, mantendo a pressão sobre as cotações. Nesse cenário, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia nesta semana foi de R$ 309,81 (R$ 0,5388 por grama de amido), 0,5% abaixo da média do período anterior. Na comparação com igual período do ano passado, a queda é de 30%, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de julho/2019).
OVOS: PREÇOS SE RECUPERAM NA PARCIAL DE AGOSTO
Depois das desvalorizações observadas de junho para julho, as cotações dos ovos comerciais tipo extra, brancos e vermelhos, registram alta nesta parcial de agosto (até o dia 23), superando os do mês anterior em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Considerando as praças produtoras, a maior valorização para os dois tipos foi registrada na Grande Campinas (SP). Apesar dos maiores patamares de preço neste mês frente aos de julho, as cotações seguem sem variações expressivas em agosto. No entanto, colaboradores do Cepea relatam que, com a baixa liquidez do mercado nos últimos dias, foi necessário conceder descontos para efetivar as vendas.