A safra recorde de soja no Brasil e o baixo volume negociado antecipadamente mantêm os preços do grão em queda, conforme indica levantamento do Cepea. Diante disso, no início da semana passada, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ – Paraná chegaram a operar nos menores patamares desde meados de setembro/20, em termos nominais. Nos dias seguintes, entretanto, a queda nos preços internos foi limitada pela valorização do dólar frente ao Real, que incentivou alguns negócios no Brasil. Quanto aos derivados, os valores do farelo e do óleo de soja também estão recuando no mercado doméstico, influenciados pela demanda enfraquecida e pelo menor custo com a matéria-prima.
MILHO: RITMO DE NEGÓCIOS É LENTO NO MERCADO INTERNO
Os preços do milho seguem em queda no Brasil, com desvalorizações ainda mais expressivas registradas nos últimos dias. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os valores vem da menor demanda, da melhora no ritmo da colheita da safra verão (que eleva a oferta em todas as regiões) e do desenvolvimento satisfatório da segunda safra. Nesse cenário, produtores vêm priorizando a colheita da soja (que deve registrar produção recorde), e compradores se mantêm afastados das aquisições de milho, à espera de quedas ainda mais intensa nos preços, principalmente no segundo semestre, quando se inicia a colheita da segunda safra.
MANDIOCA: MÉDIA SEMANAL É A MENOR EM NOVE MESES
As cotações da raiz de mandioca continuam recuando, com a média da semana passada registrando o patamar mais baixo dos últimos nove meses. De acordo com colaboradores do Cepea, as chuvas do início da semana e o feriado da sexta-feira, 21 (Tiradentes) limitaram a colheita e a comercialização em grande parte das regiões produtoras. Ainda assim, a oferta tem superado a demanda industrial, uma vez que muitas empresas tiveram menos dias de esmagamento. Entre 17 e 20 de abril, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 874,40 (R$ 1,5207 por grama de amido), o mais baixo desde julho/22 e 2,2% inferior ao da semana anterior. No agregado de abril, a baixa é de 20% frente ao mesmo período de março.
OVOS: APESAR DO INÍCIO DA 2ª QUINZENA, PREÇOS SEGUEM FIRMES
Contrariando o movimento usual para o período do mês e a expectativa de agentes, as cotações dos ovos continuam subindo nesta segunda quinzena de abril. De acordo com pesquisas do Cepea, o movimento de alta dos preços vem sendo observado desde fevereiro, com os valores mantendo-se firmes mesmo após o término da Quaresma. Segundo colaboradores do Cepea, as valorizações registradas nos últimos dias estiveram atreladas à oferta, que vem reduzida já há algum tempo, e a um atípico aquecimento da demanda pela proteína.