A soja se valorizou no mercado brasileiro em agosto, conforme apontam dados do Cepea, influenciada por incertezas quanto à produção da safra norte-americana, pela valorização do dólar frente ao Real e pela retração de parte dos sojicultores nacionais. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá subiu 1,32% no acumulado de agosto, indo para R$ 151,51/sc de 60 kg na quinta-feira, 31. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 1,4% no mesmo comparativo, a R$ 141,90/sc de 60 kg no encerramento do mês. A elevação nos valores foi intensificada na última semana de agosto, devido à maior demanda, sobretudo externa.
MILHO: PREÇOS SEGUEM ESTÁVEIS; PRODUTOR FOCA NAS ATIVIDADES DE CAMPO
A liquidez está reduzida no mercado de milho, e as cotações seguem praticamente estáveis – o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) está na casa dos R$ 53/sc de 60 kg desde o início da segunda quinzena de agosto. Segundo informações do Cepea, produtores estão concentrados nos trabalhos de campo, com a colheita na reta final em muitas regiões e o início da semeadura da temporada de verão 2023/24 no Rio Grande do Sul e no Paraná. Entre os vendedores ativos no mercado, uma parte aceita negociar o milho a patamares inferiores, no intuito de liberar armazéns, ao passo que outros estão afastados, à espera de que as recentes valorizações nos portos sejam repassadas ao mercado interno. Do lado da demanda, consumidores se mostram estocados e/ou recebendo o produto negociado antecipadamente.
MANDIOCA: PREÇO TEM QUEDA SEMANAL MAIS ACENTUADA DESDE MAIO/23
Os preços da raiz de mandioca recuaram 5,8% na semana passada, fechando a R$ 665,03 por tonelada (R$ 1,1566 por grama de amido), sendo a baixa semanal mais expressiva desde maio deste ano. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), esse valor está 23% menor que o do mesmo período de 2022. Segundo colaboradores do Cepea, os trabalhos no campo foram retomados, favorecidos pelas boas condições climáticas na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, o que elevou a oferta. Por outro lado, algumas empresas seguiram limitando a moagem ou até mesmo interromperam as atividades por conta da baixa liquidez no mercado de fécula, o que, somado à maior disponibilidade, pressionou os valores.
OVOS: MÉDIA DE AGOSTO RECUA E REGISTRA O PATAMAR MAIS BAIXO DESDE JANEIRO
Os valores médios mensais dos ovos tipo extra, tanto brancos quanto vermelhos, recuaram em agosto frente aos de julho, registrando os menores patamares desde janeiro. Segundo colaboradores do Cepea, para reduzir a oferta e normalizar os estoques, que estão altos, vendedores têm concedido descontos e realizado promoções. No entanto, essas medidas não têm sido suficientes para elevar a liquidez, que segue enfraquecida, pressionando os valores da proteína. De acordo com dados do Cepea, em Bastos (SP), o preço do ovo branco tipo extra, a retirar na granja (FOB), caiu expressivos 11,5% entre julho e agosto, para R$ 159,77 por caixa com 30 dúzias no último mês. Quanto aos ovos vermelhos, a desvalorização foi ainda mais intensa, de 13,8%, com o produto cotado à média de R$ 177,58/cx em agosto.