Os preços da soja caíram em janeiro, refletindo a oferta acima da demanda. Para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR), a média mensal foi de R$ 126,93/saca de 60 kg e para o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná, de R$ 121,18/sc, forte queda de 13% em relação a dez/23, para ambos – esses são os menores valores desde jul/20, em termos nominais. Segundo pesquisadores do Cepea, a produção não está tão apertada como apontado por alguns agentes, há baixo volume comprometido com vendas antecipadas, e as perdas brasileiras devem ser mais que compensadas pelo acréscimo de produção na Argentina e no Paraguai. Do lado da demanda, o interesse da China na oleaginosa nacional segue enfraquecido. Como resultado, os prêmios de exportação recuam, pressionando o mercado interno.
MILHO: FRACA DEMANDA PRESSIONA INDICADOR EM 10% NO MÊS
Levantamento do Cepea aponta que, no acumulado de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho (região de Campinas-SP) caiu 9,9%. Segundo pesquisadores deste Centro, compradores se mantêm retraídos, aguardando baixas mais expressivas nas cotações. Além disso, o recuo dos preços externos e da taxa de câmbio também pressiona os valores no Brasil, ao reduzir a paridade de exportação. Produtores, por sua vez, estão concentrados nos trabalhos de campo. No Sul do País, o avanço da colheita, que eleva a oferta do cereal, tem pressionado os valores. No Sudeste, apesar de uma safra de verão menor, colheitas pontuais também aumentam o volume ofertado. Já no Centro-Oeste, são os estoques remanescentes da safra 2022/23 que permitem que produtores aumentem a disponibilidade no spot. Para a segunda safra, a redução na área e a expectativa de menor produção ainda deixam agentes atentos quanto à oferta, aos preços e à comercialização no segundo semestre.
MANDIOCA: ESMAGAMENTO DE JANEIRO É O SEGUNDO MAIOR PARA O PERÍODO
Estimativas do Cepea indicam que, em janeiro, as fecularias esmagaram 214,3 mil toneladas de mandioca, aumento de 55% em relação a dez/23 e de 66% sobre jan/23, se consolidando como o segundo maior volume para o mês de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2006. De acordo com pesquisadores do Cepea, as expectativas de preços ainda menores, sobretudo no período de safra, e as necessidades de entrega de áreas arrendadas e/ou de se capitalizar foram determinantes para a tomada de decisão de colheita e comercialização de mandioca por parte dos produtores ao longo do mês. Assim, a oferta continuou superior à demanda industrial, pressionando as cotações.
OVOS: COTAÇÕES ABREM FEVEREIRO EM ALTA
Os preços dos ovos iniciaram o mês de fevereiro em alta. Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento é resultado da forte demanda, devido ao retorno das atividades estudantis e da proximidade do período de recebimento de salários da maior parte da população. Para as próximas semanas, produtores consultados pelo Cepea têm expectativa de novos reajustes nos preços, visto que a oferta da proteína está limitada frente à demanda – boa parte dos colaboradores relata dificuldade em atender todos os pedidos de clientes. Além disso, a procura por ovos deve seguir bastante aquecida em função da proximidade da Quaresma.