O Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) da soja superou a casa dos R$ 200,00/saca de 60 kg pela primeira vez na história na quinta-feira, 24, mas recuou na sexta-feira, 25. Entre 18 e 25 de fevereiro, o Indicador subiu 1,41%, a R$ 198,67/saca de 60 kg na sexta. Com as demandas interna e externa aquecidas, a disputa entre agentes domésticos e internacionais segue acirrada. Esse cenário somado às expectativas de quebra de safra na América do Sul levaram os prêmios de exportação e os preços domésticos a patamares recordes, em termos nominais. No contexto internacional, as cotações subiram, influenciadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que prejudica as exportações da região do Mar Negro. A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo, cenário que valorizou essa commodity nos Estados Unidos, resultando em aumento no preço futuro do óleo de soja – esse contexto tende a incentivar a mistura de biodiesel ao óleo diesel, e o óleo de soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel.
MILHO: CONFLITO NO LESTE EUROPEU ELEVA PREÇO EXTERNO; NO BR, VALOR SEGUE ESTÁVEL
A guerra entre Rússia e Ucrânia elevou com força os preços internacionais dos grãos, tendo em vista que o conflito gerou preocupações com a oferta global de produtos como milho e trigo – as tensões no leste europeu prejudicam as exportações de cereais pela região do Mar Negro. No mercado doméstico, segundo informações do Cepea, apesar das valorizações externas, os preços do milho ficaram praticamente estáveis no Brasil na semana passada. Compradores se mantiveram afastados do mercado, e vendedores seguiram concentrados nas atividades de campo, seja na colheita da safra verão ou na semeadura da segunda safra. Entre 18 e 25 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) subiu 0,88%, fechando a R$ 97,34/sc de 60 kg na sexta-feira.
MANDIOCA: COM CLIMA SECO E BAIXO TEOR DE AMIDO, PRODUTOR SE RETRAI
A combinação de menor disponibilidade de lavouras para a colheita, de tempo seco (com apenas chuvas pontuais, o que dificulta o avanço dos trabalhos no campo) e de baixo teor de amido levou mandiocultores a limitarem e/ou a postergarem a comercialização de mandioca. Quanto à demanda pela matéria-prima, tem aumentado a cada semana, devido à baixa extração de amido na indústria e à necessidade de reposição de estoques. Neste cenário, conforme indicam dados do Cepea, as cotações da raiz subiram. O valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 731,10 (R$ 1,2715 por grama de amido) na semana passada, 1,8% acima do observado no período anterior.
OVOS: PODER DE COMPRA FRENTE AO MILHO É O MAIOR EM 12 MESES
As consecutivas valorizações dos ovos comerciais em fevereiro elevaram o poder de compra do avicultor de postura frente aos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, apesar das altas nos preços desses produtos. De acordo com dados do Cepea, frente ao cereal, especificamente, o poder de compra do avicultor é o maior dos últimos 12 meses.