Os preços da soja estão em alta no Brasil, influenciados pelas maiores demandas doméstica e externa. Segundo pesquisadores do Cepea, parte dos produtores mostra preferência em comercializar a soja em detrimento do milho, o que eleva a liquidez no mercado da oleaginosa. Diante disso, mesmo sendo período de finalização de colheita no Paraná, o Indicador CEPEA/ESALQ da soja atingiu R$ 172,66/saca de 60 kg no último dia 14, recorde nominal da série do Cepea, iniciada em julho de 1997. Já outra parcela de vendedores não mostra interesse em fechar negócios para entrega no curto prazo, atentos à maior paridade de exportação para embarques nos próximos meses.
MILHO: FALTA DE CHUVA PREOCUPA E MANTÉM PRODUTOR AFASTADO DO MERCADO
As chuvas ainda abaixo do esperado neste mês em importantes regiões produtoras de segunda safra têm deixado vendedores afastados das negociações. Neste atual período de desenvolvimento das lavouras, a falta de precipitação pode prejudicar a produtividade. Compradores, por sua vez, precisam recompor estoques, cenário que mantém os preços em alta. Na parcial de abril (até o dia 16), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) subiu 4,45% fechando a R$ 97,88/saca de 60 kg na sexta-feira, 16, novo recorde real da série do Cepea. Em algumas praças, os avanços nos preços são mais expressivos, e vendedores já pedem valores acima de R$ 100 pela saca de 60 kg.
MANDIOCA: CLIMA SECO DIFICULTA COLHEITA; PREÇO SOBE
O clima seco em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea tem reforçado as dificuldades em se avançar com a colheita da mandioca – em algumas praças, inclusive, verifica-se interrupção das atividades. Além disso, alguns mandiocultores já comercializaram todas as lavouras com mais de 15 meses (segundo ciclo) e não mostram interesse pela entrega daquelas mais novas. Do lado das indústrias, a demanda está firme. Esse cenário tem elevado a disputa pela matéria-prima e resultado em novas altas nos preços da raiz de mandioca.
OVOS: DIFERENÇA ENTRE OS PREÇOS DOS OVOS BRANCOS E VERMELHOS É RECORDE
A recente valorização dos ovos comerciais se deu de forma mais intensa para o produto vermelho em detrimento do branco. Diante disso, dados do Cepea mostram que, na média da primeira quinzena de abril, a diferença entre os preços de comercialização dos ovos brancos e dos vermelhos foi a maior de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2013. Segundo pesquisadores, os valores dos dois tipos de ovos estão em alta, impulsionados pelas vendas aquecidas, pelo repasse dos custos de produção e pela oferta restrita. No entanto, a disponibilidade do ovo vermelho, que tradicionalmente já é menor, está atualmente ainda mais limitada, o que reforça o aumento nos preços desse tipo. Esse contexto, por sua vez, se deve ao fato de a produção de ovos vermelhos ter sido prejudicada ao longo de 2020 e neste começo de 2021, devido, especialmente, ao alto custo de produção.