A greve na Argentina (maior exportadora mundial de farelo e de óleo de soja) tem direcionado importadores de derivados da oleaginosa para o Brasil (segundo maior abastecedor global desses produtos). Com isso, segundo pesquisadores do Cepea, consumidores domésticos vêm disputando as aquisições com os estrangeiros, resultando em aumento nos prêmios de exportação e nos preços internos. Quanto à produção brasileira de soja na safra 2023/24, a Conab estima queda, para 147,68 milhões de toneladas. Vale ressaltar que a Companhia indica que pode haver novos reajustes negativos, devido aos alagamentos no Rio Grande do Sul.
MILHO: ATENÇÕES SEGUEM VOLTADAS AO CAMPO; RETRAÇÃO VENDEDORA SUSTENTA PREÇOS
Produtores seguem atentos ao campo e aos possíveis impactos do clima sobre a produção de milho – enquanto as enchentes prejudicam lavouras no Rio Grande do Sul, o tempo quente e seco no Paraná, São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul preocupam agricultores. Com isso, levantamento do Cepea mostra que poucos vendedores vêm disponibilizando novos lotes no spot, sustentando os preços do cereal em um cenário de demanda enfraquecida – a maior parte dos compradores está afastada, à espera da entrada de maiores volumes. A colheita de milho segunda safra começou no Paraná, Mato Grosso e Goiás e em algumas áreas de Minas Gerais e de São Paulo. Apesar de preocupações e de possibilidade de reajustes na oferta nacional, estimativas seguem apontando safra volumosa no Brasil.
MANDIOCA: MENOR OFERTA IMPULSIONA PREÇOS
A falta de chuvas desde o início de maio na maior parte das regiões produtoras de mandioca continua dificultando as atividades de colheita. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário somado ao baixo interesse de produtores pela comercialização resultaram em diminuição na oferta de matéria-prima às indústrias, impulsionando os preços após quatro semanas seguidas de quedas. Entre 13 e 17 de maio, a tonelada de mandioca – posta fecularia – foi negociada à média nominal a prazo de R$ 417,25 (R$ 0,7257 por grama de amido), alta de 2,8% frente à da semana anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, porém, o atual valor está 39,5% abaixo, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI).
OVOS: PREÇOS SE MANTÊM ESTÁVEIS NA MAIORIA DAS REGIÕES
Levantamento do Cepea mostra que as cotações dos ovos comerciais seguem estáveis na maioria das praças acompanhadas, nos mesmos patamares praticados no final de abril. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, a estabilidade é reflexo do equilíbrio entre oferta e procura. Vale ressaltar que a demanda para o Dia das Mães não foi suficiente para impulsionar os valores da proteína, diferente do observado em outros anos, também conforme apontam pesquisas do Cepea.