A forte oscilação cambial registrada no período eleitoral pressionou a paridade de exportação, reduzindo o ritmo de negócios externos envolvendo a soja em grão e também as vendas antecipadas da safra que está sendo semeada (2018/19). Vale ressaltar, no entanto, que a comercialização da temporada 2018/19 já estava adiantada e o interesse de venda do produto remanescente da safra 2017/18 é baixo. Compradores consultados pelo Cepea também não estão agressivos nas aquisições, visto que esperam por menores preços, fundamentados no clima favorável à cultura de soja nos Estados Unidos, no Brasil e na Argentina. Entre 26 e 1 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou 2,1%, a R$ 85,79/saca de 60 kg na quinta-feira, 1. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná caiu 1,5%, a R$ 79,88/sc de 60 kg no dia 1.
MILHO: INDICADOR FECHA OUTUBRO COM QUEDA DE MAIS DE 10%
Segundo levantamento do Cepea, a maior oferta de milho, as exportações em ritmo lento, produtores flexíveis nos valores de venda (sobretudo os do Centro-Oeste) e também o bom desenvolvimento da safra de verão 2018/19 (que gera expectativa de maior produção nos próximos meses) pressionaram com força as cotações do cereal no correr de outubro. No acumulado desse mês, as quedas nos preços ultrapassaram os 10% em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea. No geral, apenas os produtores consultados pelo Cepea mais capitalizados limitaram a oferta de milho, concentrando as atividades de semeio da soja. Compradores, por sua vez, se mantêm retraídos, se mostrando abastecidos – as indústrias que têm necessidade de refazer estoques adquirem de forma cautelosa. Em outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) caiu 13,3%, fechando em R$ 34,17/saca de 60 kg na quarta-feira, 31. Especificamente entre 26 outubro e 1 de novembro, a queda do Indicador foi de 0,8%.
MANDIOCA: PREÇOS SEGUEM EM QUEDA
Apesar das chuvas dos últimos dias, as condições climáticas estiveram mais favoráveis, porém, o avanço da colheita ficou abaixo das expectativas, uma vez que há poucas áreas disponíveis, ao mesmo tempo em que parte dos mandiocultores passou a priorizar os tratos culturais. Além disso, muitas empresas diminuíram os dias trabalhados por conta do feriado do próximo dia 2 (Finados). Mesmo com a oferta ainda baixa, a demanda industrial não tem aumentado e, neste cenário, as cotações da mandioca continuam em baixa. De 29 de outubro a 1 de novembro, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 430,23 (R$ 0,7482 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), recuo de 1,4% frente ao período anterior.
OVOS: PREÇO DO OVO VERMELHO ATINGE O MENOR PATAMAR DA SÉRIE REAL DESDE ABR/13
A avicultura de postura está atravessando um dos momentos mais difíceis de sua história recente. Além dos altos preços dos insumos utilizados na formulação de ração, as cotações dos ovos comerciais têm recuado com força, registrando patamares não observados há mais de três anos. Conforme relatos de colaboradores do Cepea, esse cenário está atrelado à maior luminosidade neste período do ano, que aumenta a produção, e às temperaturas mais elevadas, que diminuem a vida útil dos ovos, levando agentes do setor a negociar a proteína a preços mais baixos. Na região de Bastos (SP), o preço médio do ovo vermelho tipo extra em outubro foi de R$ 64,53/caixa de 30 dúzias, 11% menor que o de setembro e 24% inferior ao de outubro/17. Vale lembrar que o preço médio da caixa no mês passado foi o menor da série histórica do Cepea, iniciada em abril/13. Considerando o ovo branco tipo extra, a média dos negócios na região de Bastos foi de R$ 59,78/cx em outubro, queda de 9% frente ao mês anterior e de 23% em relação a outubro/17.
CITROS: PREÇOS DA TAHITI CAEM E PRODUTORES LIMITAM COLHEITA
Com o recuo dos preços de lima ácida tahiti, em decorrência do maior volume de fruta miúda no mercado, produtores consultados pelo Cepea limitaram a colheita nos últimos dias. Por outro lado, as vendas no mercado doméstico estão enfraquecidas, devido ao período de fim de mês e ao feriado de sexta-feira, 2 (Finados). Assim, o preço médio de comercialização da tahiti paulista de 29 de outubro a 1 de novembro é de R$ 65,01/cx de 27 kg, colhida, queda de 7,9% em relação ao da semana passada. Quanto à laranja de mesa, apesar de a elevação gradual da oferta já ter interrompido o movimento de alta dos preços da pera, as negociações estão lentas nesta semana. No mesmo período de comparação, a variedade registra média de R$ 32,41/cx de 40,8 kg, na árvore, praticamente estável (-0,7%) em relação à semana passada.