O movimento de alta nos preços da soja foi interrompido nos últimos dias, devido às expectativas de maior oferta mundial. Dados divulgados pelo USDA na quinta-feira, 12, apontam que a temporada 2024/25 é estimada em volume recorde, de 429,2 milhões de toneladas, 8,73% superior à safra anterior. A produção brasileira, por sua vez, deve passar de 153 milhões de toneladas em 2023/24 para 169 milhões de toneladas na 2024/25. Segundo pesquisadores do Cepea, a entrada da safra 2024/25 no Hemisfério Norte se aproxima, mas, claramente, ainda há de se esperar o cultivo, desenvolvimento e colheita especialmente na América do Sul. Ainda conforme pesquisadores do Cepea, há preocupações com o clima seco no Brasil, mas a previsão de chuvas em partes do País para as próximas semanas já está levando produtores a iniciarem o cultivo da nova temporada.
MILHO: Preços sobem pela quarta semana consecutiva
Os preços do milho estão em alta há quatro semanas, conforme aponta levantamento do Cepea. Segundo pesquisadores deste Centro, o impulso vem sobretudo da retração de vendedores tanto dos negócios no spot como para entrega futura. Esses agentes seguem atentos ao clima quente e seco e às aquecidas demandas interna e externa. Na região de Campinas (SP), base do Indicador ESALQ/BM&FBovespa, a saca de 60 kg do milho fechou a última quinta-feira, 12, a R$ 63,50, o maior patamar nominal desde janeiro deste ano. No acumulado de setembro (até o dia 12), o aumento é de 4,8%. Nem mesmo as estimativas da Conab e do USDA apontando produções elevadas no Brasil e no mundo foram suficientes para conter as altas internas. Produtores, inclusive, esperam novas valorizações, fundamentados nos impactos do clima sobre as lavouras da safra verão e nos possíveis atrasos da semeadura da segunda safra 2024/25, ainda conforme pesquisadores do Cepea.
MANDIOCA: Estiagem já provoca perdas e preocupa agentes
Levantamentos do Cepea mostram que a baixa umidade dos solos, associada a temperaturas elevadas, tem preocupado mandiocultores no que se refere a perdas de algumas áreas já cultivadas – que ainda devem ser replantadas –, bem como quanto a uma possível diminuição na produtividade agrícola. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, a expectativa é que as chuvas previstas para este mês amenizem essa situação. Por enquanto, o ritmo de colheita segue bastante reduzido, com as atividades sendo interrompidas em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea. Produtores também continuam retraídos devido à baixa rentabilidade atual e/ou aguardando preços maiores.
OVOS: Novo recorde de produção mantém pressão sobre cotações
Os preços dos ovos seguem em queda, refletindo a oferta doméstica elevada. Dados do IBGE referentes à produção brasileira de ovos para consumo no segundo trimestre deste ano apontaram novo recorde, considerando-se a série do Insituto, iniciada em 2012. Foram 956,7 milhões de dúzias produzidas entre abril e junho, volume 7% superior ao do primeiro trimestre deste ano e 12% maior que o do mesmo período de 2023, conforme números do IBGE compilados e analisados pelo Cepea. Entre abril e junho, o preço dos ovos brancos tipo extra, a retirar (FOB) em Bastos (SP), teve média de R$ 150,23/caixa com 30 dúzias, recuo de 3,8% sobre o trimestre anterior. Na parcial do terceiro trimestre deste ano (até 12 de setembro), levantamentos do Cepea mostram que as quedas nas cotações têm sido ainda mais intensas. O preço médio da caixa com 30 dúzias do produto branco negociado em Bastos caiu 15% frente ao segundo trimestre.