Os agricultores estão aflitos com a indefinição de preços das commodities e a incerteza paira no ar.
A soja está em uma disputa acirrada entre China e Estados Unidos. O maior produtor e exportador mundial, às vésperas do período de colheita deflaga uma guerra de tarifas com a China, maior comprador mundial da commoditie e seus derivados.
Após inúmeras tentativas de acordos comerciais, sem sucesso, as duas potencias mundiais oficializam aumentos de tarifas, para diversos produtos, e a soja é diretamente afetada. Com as folhas já amarelando agricultores norte-americanos não têm clareza sobre a comercialização da safra. E o mercado atônico pelo fato inédito viu os preços da oleaginosa desabar.
Para piorar, sexta-feita, dia 10/08/2018, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgou o relatório de estimativa de produção, estoque e consumo, dos EUA, e do mundo. O fato novo é uma super safra, bem acima da esperada, aumentando estoques a nível mundial. O efeito nos preços foi de uma intensa queda.
Partindo para um olhar gráfico, observa-se que os preços vinham caindo, atingindo a mínima de 826 cents por bushel, durante as declarações de sobretarifações.
Desde então, viu-se uma recuperação dos preços. Nesse ínterim, o presidente Trump conseguiu um acordo de comércio com a União Européia, e incluiu a soja na pauta, e os analistas começaram a especular sobre compras da China pela soja americana, mesmo com sobretarifa, devido ao alto consumo do país e aos baixos estoques de soja no Brasil, onde mais de 80% da safra já foi vendida, e baixos estoques na Argentina, que teve uma grande seca, e consequente, quebra de safra. A máxima de preços foi 922 cents por bushel, no final de Julho.
Os otimistas apostavam que se os preços se mantivessem acima dos 900 cents / bushel a tendência de alta ganharia força, apostando em uma vitória comercial dos EUA sobre a China. Eis que veio o relatório de safra. No mesmo dia, em poucas horas após a divulgação, os preços derreteram de 900 para 863 cents / bushel. Um susto? Pode ser. Na abertura do pregão do dia 13 os preços seguem em baixa...
Uma sexta -feira para ficar na história, com altas volatilidades e um aumento considerável de negociações. Quanto aos preços, rompeu suportes de preços.
Noticia boa pra China que pode comprar mais barato.
Aos consumidores e vendedores de soja, e investidores do mercado de capitais, atenção às decisões politicas envolvendo esses países e ao movimento de preços.
Abraços, Maurillo.