A forte alta do dólar nos últimos dias gerou expectativas de valorização da soja no Brasil, tendo em vista que o câmbio elevado favorece as exportações. No entanto, segundo pesquisadores do Cepea, as quedas nos valores do grão na CME Group (Bolsa de Chicago) e dos prêmios de exportação brasileiros limitaram os aumentos dos preços da oleaginosa no mercado doméstico. Com isso, vendedores optaram por não negociar a preços menores, reduzindo a liquidez interna. A moeda norte-americana subiu expressivos 3,9% entre 11 e 18 de maio, indo para R$ 3,74 na sexta-feira, 18, o maior valor desde março de 2016. Nesse período, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiram ligeiro 0,5%, a R$ 85,82 e a R$ 80,29/saca de 60 kg, respectivamente, na sexta-feira, 18.
MILHO: INCERTEZAS QUANTO À PRODUTIVIDADE E ALTA DO DÓLAR ELEVAM PREÇO INTERNO
Preocupações quanto à produtividade das lavouras de segunda safra de milho seguem elevando os preços internos do cereal. Conforme colaboradores do Cepea, chuvas pontuais foram registradas em algumas regiões do Centro-Sul nos últimos dias, mas o volume foi considerado baixo para recuperar o potencial produtivo das lavouras. Assim, incertos quanto à oferta de milho nos próximos meses, produtores estão retraídos do mercado, sustentando o movimento de alta dos preços. Entre 11 e 18 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou 0,4% na região de Campinas (SP), a R$ 42,61/saca de 60 kg na sexta-feira, 18. Na parcial do mês, o Indicador acumula forte alta de 8,2%. A forte valorização do dólar neste mês também tem influenciado as altas dos preços internos. Desde o início de maio, a moeda norte-americana se valorizou 6,7% e, na parcial deste ano, 13,1%, atingindo R$ 3,74 no dia 18.
MANDIOCA: DEMANDA ENFRAQUECIDA E AUMENTO DA OFERTA PRESSIONAM VALORES
A demanda por mandioca segue enfraquecida no mercado doméstico, com boa parte das farinheiras do Paraná e de São Paulo limitando o processamento. Assim, parte da matéria-prima destinada à indústria foi redirecionada às fecularias, que, em muitos casos, também reduziram a produção, devido à baixa liquidez no mercado. Do lado da oferta, conforme colaboradores do Cepea, as recentes chuvas permitiram o avanço da colheita por parte de alguns agricultores, elevando a disponibilidade de mandioca nos últimos dias. Nesse cenário, os preços da raiz seguem em queda. Entre 14 e 18 de maio, a média da tonelada de mandioca foi comercializada ao valor médio nominal a prazo de R$ 461,39 (R$ 0,8024 por grama de amido, na balança hidrostática de 5 kg), 1,7% abaixo da registrada no período anterior.
MAMÃO: PREÇO DO HAVAÍ SOBRE 43% NO ESPÍRITO SANTO
Os preços do mamão havaí subiram significativamente nos últimos dias, principalmente no Norte do Espírito Santo, refletindo a menor oferta da fruta nas principais regiões produtoras. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário esteve atrelado às temperaturas mais baixas nas roças, que desaceleraram a maturação dos mamões. Por outro lado, o clima mais frio reduziu o consumo da fruta, limitando as altas no atacado. Na praça capixaba, o havaí foi vendido por R$ 1,50/kg entre 14 e 18 de maio, valor 43% maior que o da semana anterior. No atacado de São Paulo, o havaí tipo 15 a 18 registrou média de R$ 22,14/cx de 8 kg, alta de 7% na mesma comparação.