Os preços da soja em grão estão em queda no mercado brasileiro. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá (PR) caiu 6% entre 27 de novembro e 4 de dezembro, a R$ 152,50/sc na sexta-feira, 4. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná cedeu significativos 7,9%, a R$ 148,37/sc de 60 kg na sexta. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da desvalorização do dólar frente ao Real, da melhora nas condições climáticas na América do Sul e da menor demanda neste período de entressafra. Além disso, alguns vendedores optaram por negociar parte dos estoques, mas a liquidez se manteve baixa, porque compradores estão retraídos, à espera de novos recuos.
MILHO: COM VENDEDOR MAIS FLEXÍVEL, COTAÇÕES SEGUEM RECUANDO
O movimento de queda nos preços do milho ganhou força neste início de dezembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação, enquanto compradores se mantêm retraídos do mercado, atentos especialmente ao retorno das chuvas, que trouxe otimismo e perspectivas de maior oferta nos próximos meses. De 27 de novembro a 4 de dezembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas, SP) caiu 5,7%, fechando a R$ 74,69/saca de 60 kg na sexta-feira, 4.
MANDIOCA: OFERTA DIMINUI E LIMITA DESVALORIZAÇÕES
A oferta de mandioca diminuiu nos últimos dias, limitando as desvalorizações que vêm ocorrendo. A demanda, por sua vez, segue relativamente baixa, mantendo pressão sobre os valores. Segundo colaboradores do Cepea, agentes continuam atentos às condições climáticas irregulares nas regiões produtoras do Centro-Sul. Além disso, boa parte dos mandiocultores já encerrou tanto a colheita quanto a comercialização neste ano, devendo realizar novas colheitas apenas no 1º trimestre de 2021. Assim, entre 30 de novembro e 4 de dezembro, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 451,80 (R$ 0,7857 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), baixa de 1% frente à média do período anterior. Em quatro semanas, a queda acumulada é mais intensa, de 3,6%, em termos nominais.
OVOS: INÍCIO DE DEZEMBRO FAVORECE ALTA DOS PREÇOS
O início do mês de dezembro agitou o mercado de ovos, devido ao pagamento dos salários e da primeira parcela do 13º, o que favorece a liquidez e permite que produtores reajustem positivamente as cotações. Apesar desse movimento, agentes do setor consultados pelo Cepea relatam certa dificuldade em repassar os valores mais altos aos consumidores, e que parte da expectativa de melhora das vendas na ponta final da cadeia ainda não se concretizou. Mesmo com a resistência dos consumidores finais, não há relatos de sobras na produção, com agentes compradores e vendedores operando de forma ajustada. De modo geral, a expectativa do setor é de que as vendas sigam aquecidas até as festas de fim de ano, com tradicional redução na demanda final e nas negociações nos primeiros meses de 2021, devido à menor renda da população – por conta das despesas extras de início de ano – e ao período de férias escolares.