A forte queda do dólar frente ao Real pressionou os valores domésticos da soja, mas a baixa disponibilidade doméstica limitou o movimento de queda. Grande parte dos produtores consultados pelo Cepea, que se mostra capitalizada e com pouco volume disponível para venda, se ausentou das comercializações – esses agentes direcionam as atenções ao avanço do semeio no Brasil e também à colheita nos Estados Unidos. Do lado da demanda, a procura por soja, especialmente para exportação, está firme, mas a liquidez é baixa, em decorrência da retração vendedora. Entre 5 e 11 de outubro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) recuou 3,3%, a R$ 90,98/saca de 60 kg na quinta. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná caiu 4,2%, a R$ 83,89/sc de 60 kg no dia 11.
MILHO: INDICADOR RECUA QUASE 6% NO ACUMULADO DO MÊS
Com maior interesse de venda por parte do produtor consultado pelo Cepea e retração de compradores, que adquirem apenas pequenos lotes para repor estoques de curto prazo, os preços do milho estão em queda. Além disso, a desvalorização do dólar e o bom andamento da safra de verão também influenciam as baixas nas cotações. No acumulado de outubro (de 28 de setembro a 11 de outubro), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou fortes 5,81%, fechando a R$ 37,11/saca de 60 kg na quinta-feira, 11.
MANDIOCA: CHUVAS ATRAPALHAM COLHEITA; OFERTA DE RAIZ CAI
As chuvas frequentes registradas de 8 a 11 de outubro em praticamente todas as regiões do Centro-Sul acompanhadas pelo Cepea prejudicaram a colheita de mandioca. Além disso, os feriados de 11 de outubro (Criação do estado) em Mato Grosso e do dia 12 (Dia de Nossa Senhora Aparecida) reduziram os dias úteis de trabalho, pressionando a oferta de raiz para as indústrias. Nesse cenário, parte dos industriais consultados pelo Cepea interrompeu as atividades, priorizando as manutenções das fábricas. Quanto à demanda por matéria-prima, ficou estável, e os preços pouco se alteraram no período. De 8 a 11 de outubro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 459,08 (R$ 0,7984 por grama de amido na tabela de renda 20), ligeira queda de 0,5% frente à média anterior.
CITROS: ESCASSEZ DE FRUTAS COM QUALIDADE E CHUVAS ENFRAQUECEM MERCADO
Segundo pesquisas do Cepea, o mercado de laranja in natura apresentou lentidão na última semana. Além da escassez de frutas com qualidade, as chuvas registradas no estado de São Paulo limitaram a colheita e restringiram ainda mais o volume disponível. A procura, por sua vez, também foi baixa, principalmente devido ao feriado de sexta-feira, 12. Compradores têm reduzido as aquisições de laranja pera, optando por variedades com valor mais atrativo, como a valência. De segunda a quinta-feira, a pera teve média de R$ 32,88/cx de 40,8 kg, na árvore, praticamente estável (+0,2%) em relação à semana anterior. Já a valência foi negociada a R$ 29,00/cx, alta de 2,2% no mesmo comparativo. No caso da lima ácida tahiti, o clima chuvoso prejudicou novamente as atividades de campo, e os preços oscilaram com o passar dos dias. Na semana, a variedade teve média de R$ 81,37/cx de 27 kg, colhida, queda de 1,4% em relação ao período passado. As precipitações, por outro lado, devem favorecer o crescimento das frutas que estão nos pés, fundamentando a previsão de leve aumento da oferta ainda neste mês.