Os preços de soja em grão atingiram novos patamares recordes nominais na semana passada, de acordo com pesquisas do Cepea. Esse movimento de alta está atrelado à significativa elevação do dólar frente ao Real, que segue favorecendo as exportações brasileiras. Diante da firme demanda externa e dos preços atrativos aos vendedores, o volume comercializado da safra 2019/20 no Brasil já está em cerca de 80% e da 2020/21, em aproximadamente 20% – quantidades recordes em comparação a esses mesmos períodos de anos anteriores, segundo agentes consultados pelo Cepea. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou significativa alta de 5,18% entre 17 e 24 de abril, fechando a R$ 106,16/saca de 60 kg na sexta-feira, 24. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná, por sua vez, subiu 4% entre 17 e 24 de abril, a R$ 98,84/sc de 60 kg no dia 24.
MILHO: NEGÓCIOS SEGUEM ENFRAQUECIDOS, DEVIDO À RETRAÇÃO COMPRADORA
Os negócios envolvendo milho seguem enfraquecidos no mercado doméstico, devido à retração de compradores consultados pelo Cepea, contexto que mantém os preços em queda em muitas praças. Incertezas diante do turbulento momento enfrentado pelo Brasil e pelo mundo afastaram demandantes das aquisições, especialmente os do setor de carnes, importantes compradores do cereal. Nesse contexto, muitos agentes consultados pelo Cepea voltam suas atenções ao campo. Entre 17 e 24 de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) caiu expressivos 7,6%, a R$ 47,60/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 24.
MANDIOCA: PRODUTORES SEGUEM COM FOCO NA COLHEITA; OFERTA SUPERA DEMANDA
Alguns agricultores consultados pelo Cepea, que ainda têm áreas de lavouras com mais de 1 ciclo e meio, continuaram avançando com a colheita. Parte desses tem como objetivo se capitalizar, enquanto outros precisam liberar áreas arrendadas para serem entregues. Também há aqueles que intensificaram a colheita, por conta de expectativas de preços mais baixos. Como resultado, em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, a oferta de mandioca para indústrias cresceu. Porém, a demanda continuou fraca, uma vez que de um lado parte das fecularias está com a moagem limitada e, de outro, uma menor parcela seguiu com a produção interrompida. Nesse cenário, de acordo com pesquisadores do Cepea, os preços voltaram a cair.
OVOS: APÓS TRÊS MESES EM ALTA, PREÇOS CAEM
Com o fim da Quaresma e o início da segunda quinzena de abril, as vendas de ovos se desaqueceram, de acordo com pesquisas do Cepea. Além da queda na procura, os preços estavam em patamares elevados, o que também reduziu as negociações, pressionando os valores dos ovos do tipo extra, tanto vermelhos quanto brancos. Essas desvalorizações interromperam o longo período de alta nos preços da proteína, observado desde meados de janeiro. Apesar das desvalorizações, pesquisas do Cepea apontam que os preços dos ovos ainda são os maiores para o período pós-Quaresma, em termos reais, na série histórica do Cepea, iniciada em 2013.