A disparidade entre as ofertas de compradores e os pedidos de vendedores de soja cresceu nos últimos dias, influenciada pela desvalorização do dólar frente ao Real. Segundo colaboradores do Cepea, compradores têm interesse em negociar, mas questões relacionadas à logística limitam os fechamentos. Já vendedores se mostram capitalizados e sem necessidade imediata de comercializar – muitos não têm volume disponível para venda. Entre 21 e 28 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) permaneceu praticamente estável (-0,1%), a R$ 95,62/saca de 60 kg na sexta-feira, 28. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná teve ligeira queda de 0,6%, a R$ 88,99/sc de 60 kg no dia 28. As médias destes Indicadores em setembro estiveram 6,2% maiores que as de agosto e as mais altas desde julho/16, em termos reais (IGP-DI de ago/18).
MILHO: COM OFERTA ELEVADA, PREÇOS FECHAM SETEMBRO EM QUEDA
Os preços do milho encerraram o mês de setembro em queda na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea, exceto no Rio Grande do Sul e no Nordeste. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem do maior interesse de venda por parte de muitos produtores, devido à necessidade de “fazer caixa” para custear a safra de verão. Já compradores, atentos ao movimento de queda, limitam as aquisições, à espera de novas desvalorizações. No RS e no Nordeste, a disponibilidade do cereal é menor, cenário que tem resultado em alta nos preços – no estado sulista, agentes aguardam o desenvolvimento da temporada de verão, enquanto no Nordeste, a quebra de safra limita a oferta e impulsiona as cotações. Na região de Campinas (SP), a disparidade entre as ofertas de compradores e de vendedores segue limitando os negócios. Entre 21 e 28 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa registrou queda de 0,5%, a R$ 39,40/saca de 60 kg na sexta-feira, 28. No acumulado do mês, a baixa foi de 4,14%. Em relação à média do Indicador em setembro, foi 2,1% inferior à de agosto.
MANDIOCA: BAIXA DISPONIBILIDADE SUSTENTA COTAÇÕES
A disponibilidade de lavouras para colheita continua baixa em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea e os poucos mandiocultores com produto disponível para comercialização têm priorizado outras atividades. Já a indústria tem demonstrado maior interesse em adquirir a matéria-prima, com objetivo de manter o ritmo de moagem. Esse cenário elevou a disputa pela raiz em regiões mais distantes, sustentando os valores. De 24 a 28 de setembro, o preço médio a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 459,51 (R$ 0,7992 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), alta de ligeiro 0,4% frente ao do período anterior. A média de setembro, de R$ 447,78/t (R$ 0,7787/grama), supera em 3,4% a de agosto, em termos nominais.
CEBOLA: RITMO DE COLHEITA SE NORMALIZA E PREÇOS RECUAM EM SP
O ritmo da colheita de cebolas no estado de São Paulo se normalizou na última semana de setembro, favorecido pela redução do volume de chuvas – as precipitações registradas em São José do Rio Pardo e Monte Alto na semana anterior impediram a retirada dos bulbos das roças. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a umidade causada pela chuva prejudicou a qualidade de parte das cebolas, que apresentaram bacterioses e enrugamento das cascas. Nesse cenário, os preços recuaram. Entre 24 e 28 de setembro, a média do preço pago ao produtor em Monte Alto ficou em R$ 0,22/kg, queda de 25,4% em relação à da semana anterior.