Os preços da soja caíram no mercado brasileiro entre o final de maio e o início de junho. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio do encerramento da colheita na Argentina, da queda nos prêmios de exportação da soja no Brasil e da forte desvalorização do dólar frente ao Real. Diante disso, os compradores estiveram mais cautelosos, com expectativas de adquirir novos volumes a preços menores nos próximos dias. Pesquisadores do Cepea ressaltam que a queda nos preços internos foi limitada pela valorização externa e pela retração de vendedores. Isso porque, com mais da metade da safra 2020/21 comercializada no Brasil, os sojicultores já se capitalizaram e mostram interesse em armazenar o grão em detrimento de negociar no spot.
MILHO: VALORES VOLTAM A APRESENTAR COMPORTAMENTOS DISTINTOS
Os valores do milho voltaram a apresentar comportamentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea, influenciados pelas condições de oferta e demanda regionais. Na maior parte das praças do Sul e do Sudeste, os preços subiram entre o encerramento de maio e o início de junho, impulsionados pela retração de vendedores. Neste caso, produtores voltaram a limitar a oferta de novos lotes, diante de preocupações com a produtividade das lavouras. Já em certas praças de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Goiás, de Mato Grosso do Sul e em praticamente todas de Mato Grosso, os valores do milho caíram nos últimos dias, pressionados pelo crescimento pontual na oferta.
MANDIOCA: CLIMA FAVORECE RETOMADA DA COLHEITA; PREÇO RECUA
Os trabalhos no campo, especialmente a colheita, foram retomados na semana passada, devido às recentes chuvas em muitas regiões produtoras de mandioca acompanhadas pelo Cepea. Este cenário elevou a oferta para as indústrias, pressionando as cotações. Entre 31 de maio e 4 de junho, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 472,71 (R$ 0,8221 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), queda de 0,85% frente à média anterior. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), porém, o valor é 11,7% maior que o de igual período do ano passado.
OVOS: PREÇOS REAGEM NESTE INÍCIO DE MÊS
Com a margem pressionada pelo baixo preço dos ovos e pelo elevado custo de produção, agentes do setor reajustam positivamente as cotações neste início de junho. Em algumas regiões, contudo, as vendas seguem enfraquecidas, o que leva agentes a aplicarem descontos pontuais em seus preços. No geral, a demanda doméstica está limitada – e com poucos sinais de recuperação. Assim, agentes consultados pelo Cepea relatam a intensificação dos descartes de poedeiras, afim de controlar a produção de ovos.