A desvalorização do dólar frente ao Real, que torna a commodity brasileira menos atrativa aos importadores, tem pressionado as cotações internas da soja neste início de 2019, segundo levantamento do Cepea. Além disso, com expectativas de que a China volte a comprar maiores volumes de soja dos Estados Unidos, compradores domésticos consultados pelo Cepea seguem retraídos, também no aguardo da maior oferta da nova safra brasileira. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) registrou queda de 2,6% entre 4 e 11 de janeiro, indo para R$ 76,01/sc de 60 kg nessa sexta-feira, 11. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná recuou 3,3%, a R$ 70,96/sc de 60 kg. O movimento baixista, no entanto, é limitado pela disparidade entre as ofertas de compradores e vendedores, que chega a 5 reais/sc de 60 kg em diversas regiões consultadas pelo Cepea.
MILHO: PREÇOS APRESENTAM COMPORTAMENTO DISTINTO DENTRE AS REGIÕES
Os preços domésticos do milho têm apresentado comportamentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, refletindo as ofertas e demandas regionais. Quanto ao ritmo de negócios, especulações com relação ao impacto das chuvas irregulares no desenvolvimento das lavouras têm feito com que produtores consultados pelo Cepea posterguem a venda de grandes lotes e negociem apenas pontualmente. Compradores, por sua vez, ainda não têm retomado as aquisições de forma mais expressiva, o que, de certa maneira, sustenta as cotações internas. No mercado paulista, pesquisas do Cepea apontam que os valores se enfraqueceram nesta semana, influenciados pela entrada do cereal de outros estados. Produtores do estado de São Paulo seguem retraídos, ainda cautelosos quanto à safra verão e no aguardo de um maior interesse comprador, o que limita as baixas nos valores. Entre 4 e 11 de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) caiu 1,3%, fechando a R$ 38,78/saca de 60 kg na sexta-feira, 11.
MANDIOCA: RECESSO, PRODUTIVIDADE E CHUVAS REDUZEM OFERTA
Na primeira semana de janeiro, poucos foram os produtores consultados pelo Cepea que focaram na colheita e na entrega de mandioca para a indústria. Esse cenário se deve ao recesso de muitas empresas, à renda e à produtividade no campo, que reduzem a receita por tonelada entregue, às chuvas regionalizadas e o interesse de muitos produtores em avançar com a colheita de soja e com o semeio da segunda safra da oleaginosa. Como a maioria das lavouras é nova e poucos agricultores têm necessidade de colheita para entrega de arrendamento, contrato e/ou parceria, agentes consultados pelo Cepea devem adiar a atividade para o segundo trimestre de 2019. Entre 7 e 11 de janeiro, o preço médio ficou em R$ 351,69/t (R$ 0,6116 por grama na balança hidrostática de 5kg), 0,5% acima da média da semana anterior.
ALFACE: ALFACES HIDROPÔNICA E CONVENCIONAL SE VALORIZAM NA CEAGESP
Entre 7 e 11 de janeiro, as alfaces convencionais e hidropônicas se valorizaram na Ceagesp. As chuvas prejudicaram a qualidade de parte das alfaces de cultivo convencional, causando queima de miolo e mela. Dessa forma, atacadistas com produto de melhor qualidade conseguiram vender a preços mais altos, elevando a média semanal. A crespa fechou a semana em R$ 13,60/cx com 24 unidades. Já as alfaces de cultivo hidropônico tiveram aumento das cotações, devido à maior procura, resultado da melhor qualidade frente às convencionais. O preço dacrespa hidropônica aumentou 7,60% e foi comercializada por R$ 16,30/cx com 24 unidades.