Dentre as regiões produtoras de soja no Brasil, o estado de São Paulo apresenta ritmo mais acelerado de colheita nesta temporada. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é atípico, uma vez que Mato Grosso e Paraná são historicamente os primeiros estados a cultivar e, consequentemente, colher a oleaginosa. No entanto, frequentes chuvas no Centro-Oeste e no Sul do Brasil têm atrasado os trabalhos de campo. Sojicultores mato-grossenses e paranaenses, inclusive, já se preocupam com a formação de grãos ardidos. Ressalta-se que, mesmo com uma possível quebra na produtividade, agricultores esperam produção recorde na temporada 2020/21, tendo em vista a maior área cultivada, de 38,19 milhões de hectares, 3,4% maior que a da safra anterior, segundo a Conab. A Companhia ainda indica que, até o final de janeiro, 11% da área de soja havia sido colhida em São Paulo; 4,9% em Mato Grosso; e 2% em Minas Gerais. Quanto às negociações, algumas cooperativas e cerealistas paulistas já estão recebendo soja, mas a liquidez no spot ainda é baixa.
MILHO: EM MEIO À BAIXA LIQUIDEZ; INDICADOR SEGUE PRATICAMENTE ESTÁVEL
As negociações envolvendo milho estão lentas no spot brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, compradores seguem afastados do mercado, atentos à colheita da safra verão, à necessidade de produtores liberarem armazéns e a possíveis quedas nos preços. No entanto, chuvas têm dificultado as atividades de campo em importantes regiões brasileiras, o que tem limitado a disponibilidade do milho no spot nacional. Diante disso, as negociações são realizadas apenas de forma pontual, para atender a necessidades de curto prazo, e os preços praticamente se estabilizaram. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa operava na casa dos R$ 83/saca de 60 kg havia nove dias, mas, na sexta-feira, 5, registrou ligeiro recuo, fechando a R$ 82,78/sc.
MANDIOCA: OFERTA AUMENTA, MAS DEMANDA FIRME SUSTENTA VALORES
Apesar de a maioria dos solos ainda apresentar umidade elevada, muitos produtores intensificaram a colheita e a comercialização de raízes nos últimos dias em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. No entanto, a demanda de farinheiras e fecularias pela matéria-prima continua firme, o que sustentou as cotações. Assim, entre 1º e 5 de fevereiro, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 455,20 (R$ 0,7917 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), leve alta de 0,6% frente ao da semana anterior.
OVOS: VENDAS SE AQUECEM, E PREÇOS SOBEM NO INÍCIO DE FEVEREIRO
Com o início do mês, as vendas de ovos se aqueceram, impulsionando as cotações da proteína. Além do aumento da comercialização, os preços também foram favorecidos pela oferta, principalmente de ovos maiores, que continua controlada, refletindo os descartes de poedeiras realizados em janeiro. No entanto, segundo colaboradores do Cepea, apesar das valorizações, os preços elevados dos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, seguem pressionando o poder de compra do avicultor.