Os preços da soja estão em alta no Brasil, influenciados pela firme demanda e pelo avanço dos valores externos da oleaginosa. No mercado internacional, a valorização é resultado da divulgação da primeira estimativa do USDA referente à área de grãos a ser cultivada em 2021 nos Estados Unidos – que veio abaixo das expectativas do mercado –, dos baixos estoques de soja naquele país e do excesso de umidade nas lavouras da Argentina que estão sendo colhidas. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá subiu 1,05% entre 26 de março e 1º de abril, indo para R$ 173,86/sc de 60 kg na quinta-feira, 1º. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná avançou 0,8% no mesmo período, a R$ 166,42/sc de 60 kg na quinta.
MILHO: MESMO COM COLHEITA, MARÇO É MARCADO POR PREÇOS RECORDES
Apesar do bom andamento da colheita da safra de verão, o mês de março foi marcado por seguidas renovações dos preços recordes do milho em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea. O impulso veio da disponibilidade restrita do cereal no spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de segunda safra. No final do mês, as altas nos preços internacionais mantiveram elevada a paridade de exportação, o que também sustentou os valores no Brasil. No dia 31 de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) fechou a R$ 93,71/sc de 60 kg, acumulando forte aumento de 9,72% no mês.
MANDIOCA: OFERTA DIMINUI E SUSTENTA COTAÇÕES
Parte dos agricultores que já finalizou a semeadura do milho se mostra interessada na comercialização de mandioca. Porém, muitos já diminuíram o ritmo das entregas, seja pelo clima mais seco ou até mesmo por considerarem que os atuais patamares de preços da raiz não remuneram a atividade. A demanda pela matéria-prima, por sua vez, foi menor ao longo da semana passada. Levantamento do Cepea mostra que, entre 29 de março e 1º de abril, o valor médio a prazo da mandioca posta fecularia foi de R$ 412,85/tonelada, alta de 0,35% em relação à da semana anterior. Ainda assim, a média de março ficou 17,4% inferior à de março/20, em termos reais (valores corrigidos pelo IGP-DI).
OVOS: PREÇO MÉDIO DE MARÇO É RECORDE REAL DA SÉRIE DO CEPEA
O movimento de alta nos preços dos ovos observado em fevereiro continuou firme nos primeiros dias de março. Com o avanço do mês, contudo, as vendas diminuíram um pouco, o que resultou em quedas nos valores de comercialização. Ainda assim, as médias de março atingiram recordes reais da série histórica do Cepea, iniciada em 2013, em todas as regiões acompanhadas (série deflacionada pelo IPCA de fevereiro/21). Segundo pesquisadores do Cepea, um dos fatores decisivos para a elevação dos preços entre fevereiro e março foi a oferta enxuta, principalmente de ovos maiores, como o extra e o jumbo. Além disso, o período de Quaresma também elevou as vendas, especialmente no início do mês. Na segunda quinzena de março, o enfraquecimento dos preços esteve atrelado à adoção de medidas mais restritivas por estados e municípios, diante do agravamento da pandemia de covid-19, que fez com que as vendas de ovos recuassem, principalmente no atacado para restaurantes, bares e demais serviços de alimentação.