Produtores brasileiros de soja estão com as atenções voltadas ao cultivo da temporada 2018/19 na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apenas em algumas praças que chuvas frequentes impedem o avanço ainda mais expressivo no cultivo. Nesse cenário, as negociações travaram nos últimos dias tanto no mercado spot quanto para contratos, devido à desvalorização do dólar. No spot, compradores se retraíram, à espera de redução de preços, principalmente devido à diminuição das margens de esmagamento. Do lado vendedor, os baixos estoques e o semeio da nova safra também afastam esses agentes do mercado.
MILHO: RECUO COMPRADOR E ENFRAQUECIMENTO DO DÓLAR MANTÊM BAIXAS
As cotações do milho seguem em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. O recuo está atrelado à retração de compradores, que adquirem apenas pequenos lotes para abastecimento de curto prazo, e à desvalorização do dólar – de 4,4% em sete dias, a R$ 3,865 nessa sexta-feira, 5. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 38,78 na sexta, baixa de 1,57% frente ao dia 28 de setembro. Especificamente nessa região, a queda esteve atrelada ao menor interesse de compra e à necessidade pontual de venda.
MANDIOCA: PREÇOS RECUAM COM DEMANDA ENFRAQUECIDA
A demanda industrial por mandioca, que já tem sido baixa nas farinheiras, deu sinais de recuo também na indústria de fécula, principalmente pelas firmas que dispõem de produto em estoque. Além disso, segundo pesquisadores do Cepea, a liquidez segue lenta. Assim, entre 1º e 5 de outubro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 461,60 (R$ 0,8028 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), avanço de apenas 0,4% frente à média da semana anterior. A expectativa para as próximas semanas é que a quantidade ofertada não aumente expressivamente, uma vez que produtores devem continuar priorizando o plantio.
MELANCIA: PREÇOS DESPENCAM EM GOIÁS
A elevada oferta de melancia pressionou com força as cotações em Uruana (GO) na primeira semana deste mês (de 1º a 05/10), conforme dados do Hortifrúti/Cepea. Além dos problemas logísticos por conta das eleições (muitos caminhoneiros preferiram não realizar viagens longas no período), colaboradores do Cepea apontam que, com o calor das últimas semanas na região goiana, a maturação das frutas foi adiantada, aumentando ainda mais o volume colhido. Assim, o preço médio da melancia graúda (>12 kg) foi de R$ 0,34/kg em Uruana, queda de 38% em relação ao período anterior. Para os próximos dias, os preços ainda devem seguir em baixa. Além da alta oferta goiana, as primeiras melancias paulistas já começam a ser ofertadas no mercado, podendo elevar a disponibilidade nacional nas próximas semanas.