Os preços internos da soja voltaram a subir com certa força, impulsionados pelas altas nos prêmios de exportação do grão e dos derivados (sinal de maior demanda externa), pela valorização do dólar e pela elevação dos valores externos. Segundo pesquisadores do Cepea, essa reação dos valores da soja atraiu o vendedor e elevou a liquidez, especialmente para exportação – que só não foi mais intensa devido à falta de cota nos portos. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) subiu expressivos 6,4% entre 10 e 17 de maio, indo para R$ 78,38/saca de 60 kg na sexta-feira, 17. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná registrou forte alta de 6,5%, a R$ 73,93/sc de 60 kg na sexta.
MILHO: PRODUTORES SE RETRAEM E PREÇOS VOLTAM A SUBIR NO BR
Após acumular quedas consecutivas entre a primeira quinzena de março e as primeiras semanas de maio, o preço do milho voltou a subir no mercado brasileiro, principalmente em regiões consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina. O movimento de recuperação, que vem sendo verificado mesmo diante da perspectiva de disponibilidade elevada na atual safra, está atrelado à retração de produtores, que passaram a ofertar apenas pequenos lotes no spot. No geral, contudo, o ritmo de comercialização está lento, tendo em vista que muitos compradores consultados pelo Cepea adquirem volumes pontuais, ainda na expectativa de boa disponibilidade interna do cereal no segundo semestre. Entre 10 e 17 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, na região de Campinas (SP), subiu 5,3%, fechando a R$ 34,69/sc de 60 kg na sexta-feira, 17. As altas dos preços nos portos também influenciaram os valores regionais. Muitos vendedores consultados pelo Cepea têm aproveitado para fechar negócios próximos a R$ 37,00/saca de 60 kg para embarque no segundo semestre. Neste caso, a valorização do dólar frente ao Real e as quedas dos preços domésticos nas últimas semanas têm mantido em alta a competitividade internacional do milho brasileiro e, consequentemente, estimulado novos negócios para exportação.
MANDIOCA: BAIXA RENTABILIDADE MANTÉM PRODUTORES RECUADOS E PREÇO EM ELEVAÇÃO
A menor rentabilidade das raízes de um ciclo, devido aos preços e à produtividade agrícola mais baixos, manteve a maioria dos produtores sem interesse pela comercialização nos últimos dias, reduzindo a oferta de mandioca. Além disso, em grande parte das regiões consultadas pelo Cepea, as chuvas foram irregulares e mal distribuídas, dificultando os trabalhos de campo no Centro-Sul. Já a demanda esteve mais aquecida nos últimos dias, e houve disputa pelo produto entre as empresas. Nesse cenário, os preços seguiram em alta na maioria das regiões consultadas pelo Cepea. De 13 a 17 de maio, a média nominal a prazo para a tonelada posta fecularia foi de R$ 319,07 (R$ 0,5549 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), aumento de 0,9% frente à da semana anterior. Desde a segunda semana de abril, as cotações acumulam elevação de 8%.
MANGA: VALOR DA TOMMY REAGE, ENQUANTO O DA PALMER SEGUE EM QUEDA
O volume de manga tommy disponível para comercialização na região de Livramento de Nossa Senhora (BA) diminuiu nos últimos dias. Diante da menor oferta, que é normal para o mês de maio, o preço médio da variedade entre 13 e 17 de maio foi de R$ 0,91/kg, 26% maior do que o da semana anterior. A redução da oferta em Livramento, por sua vez, impulsionou em 26% os preços da tommy no Vale do São Francisco (BA/PE), após três semanas consecutivas de queda. Para as próximas semanas, caso a demanda siga elevada, a previsão é de cotações firmes em todo o País, visto que o volume da variedade só deve aumentar em agosto. Quanto à palmer, a expectativa é de que as exportações aumentem nas próximas semanas – com a menor oferta da Costa do Marfim, os envios brasileiros da variedade à União Europeia devem crescer.