Os preços da soja seguem em queda no mercado brasileiro, voltando a operar nos patamares nominais observados em dezembro de 2020. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é resultado das desvalorizações do dólar e no mercado internacional. Além disso, a queda nos valores dos derivados também reforça o movimento de baixa dos preços do grão. Na parcial de junho (até o dia 25), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá caiu 14%, fechando a R$ 148,74/sc de 60 kg na sexta-feira, 25, o menor patamar nominal desde 11 de dezembro de 2020.
MILHO: INDICADOR RECUA QUASE 14% NA PARCIAL DE JUNHO
Com compradores afastados do mercado spot, os valores do milho seguem em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Demandantes têm postergado as aquisições de novos lotes, à espera de melhores oportunidades à medida que a colheita avança. Pesquisadores do Cepea ressaltam que as recentes desvalorizações do câmbio e, consequentemente, do cereal nos portos também influenciaram a queda dos preços no interior do País. Do lado vendedor, os que não necessitam “fazer caixa” resistem e evitam negociar – esses agentes aguardam sustentações nos valores, fundamentados na possível queda de produtividade, devido ao atraso na semeadura e ao baixo volume de chuvas. Na parcial de junho (até o dia 25), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 13,8%, fechando a R$ 86,27/saca de 60 kg na sexta-feira, 25.
MANDIOCA: PREÇOS SEGUEM EM QUEDA; MÉDIA É A MENOR DESDE MARÇO/21
Chuvas verificadas no início da semana passada tiveram pouca influência sobre os trabalhos de campo envolvendo a mandioca. Diante disso, produtores continuaram priorizando a colheita e a comercialização de raízes, o que, por sua vez, manteve crescente a oferta no mercado spot. Do lado da demanda, segundo colaboradores do Cepea, agentes de indústrias não mostraram intensão de elevar a moagem e, consequentemente, os estoques de produtos acabados. Como resultado, as cotações da mandioca registraram a quarta queda consecutiva e voltaram a operar nos patamares de março deste ano.
OVOS: COM VENDAS ENFRAQUECIDAS E AUMENTO DE ESTOQUES, PREÇOS RECUAM
Com o avanço da segunda quinzena do mês e a consequente redução no poder de consumo da população, as vendas de ovos se enfraqueceram no mercado doméstico. Nesse contexto, segundo colaboradores do Cepea, avicultores não têm conseguido escoar toda a produção, o que tem elevado os estoques. Assim, para evitar sobras e facilitar a comercialização, agentes acabam reduzindo os preços pedidos pela proteína. No entanto, mesmo com os descontos concedidos, o descompasso entre oferta e demanda não mostrou sinais de melhora, e, assim, novas desvalorizações podem ocorrer nos próximos dias.