O ritmo de comercialização de soja recuou significativamente no Brasil, devido à disparidade entre os preços pedidos por vendedores e ofertados por compradores. Além das incertezas quanto à produção mundial da safra 2019/20, as desvalorizações do dólar frente ao Real e dos contratos futuros na CME Group (Bolsa de Chicago) ampliaram a diferença entre os valores. De um lado, produtores brasileiros consultados pelo Cepea se mantêm retraídos nas comercializações dos lotes remanescentes da safra 2018/19 e limitam a oferta de contratos para 2020. Assim, muitos sojicultores mostram preferência por vender FOB em detrimento de exportar, devido ao preço mais atrativo ofertado pelas indústrias domésticas. Representantes de indústrias, por sua vez, sinalizam estar com os estoques reduzidos de grão, com lotes para esmagar até meados de novembro, apenas. Quanto aos preços, pesquisas do Cepea indicam que embora tenham registrado queda, a média de outubro supera a de setembro, refletindo a maior demanda.
MILHO: COTAÇÕES SE ENFRAQUECEM NOS ÚLTIMOS DIAS DE OUTUBRO
Pesquisas do Cepea apontam que o movimento de alta nos preços do milho perdeu a força nos últimos dias de outubro – vale lembrar que os valores subiram com força nas primeiras semanas do mês. O enfraquecimento das cotações está atrelado à pressão exercida por compradores, que têm encontrado vendedores um pouco mais flexíveis para realizar novas negociações. De 25 de outubro a 1 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu 2,9%, fechando a R$ 41,55/saca de 60 kg na sexta-feira, 1. Nos portos, a desvalorização do dólar pressionou as cotações do cereal. Até a terceira semana de outubro, contudo, os embarques seguiram expressivos, somando 3,8 milhões de toneladas, segundo a Secex. A expectativa de agentes consultados pelo Cepea, no entanto, é que as exportações diminuam o ritmo nos próximos meses, fundamentados na menor competitividade do milho brasileiro.
MANDIOCA: COM POUCAS LAVOURAS PARA SEREM COLHIDAS, OFERTA SEGUE BAIXA
De acordo com levantamento do Cepea, com a baixa disponibilidade de lavouras de mais de dois ciclos para serem colhidas, a oferta de mandioca seguiu baixa. Além disso, não há interesse pela entrega de raízes mais novas, devido à pouca rentabilidade, cenário que se agravou em outubro, por causa da menor produtividade e pouco rendimento de amido. Ao mesmo tempo, o interesse da indústria consultada pelo Cepea em elevar o ritmo de moagem aumentou, fazendo com que muitas adquirissem o produto em regiões mais distantes. Entre 28 de outubro e 1º de novembro, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia ficou em R$ 368,63 (R$ 0,6411 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), alta de 2,3% frente à semana anterior.