O preço do óleo bruto degomado (com 12% de ICMS) tem registrado significativa alta no mercado brasileiro, chegando a R$ 3.646,97/tonelada na cidade de São Paulo na sexta-feira, 29, o maior patamar nominal da série do Cepea, iniciada em julho de 1998. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento está atrelado à baixa disponibilidade do derivado nas indústrias, em um momento em que a demanda doméstica segue bastante aquecida. No geral, o movimento de alta nos valores do óleo de soja é verificado desde agosto deste ano, quando notícias começaram a indicar aumento na quantidade mínima obrigatória da mistura de biodiesel ao óleo diesel – que passou de 10% (B10) para 11% (B11) em 1º de setembro de 2019. Desde então, a liquidez no mercado brasileiro de óleo de soja cresceu significativamente, dado que esse produto corresponde a 70% das matérias-primas utilizadas na produção de biodiesel. Em novembro, o preço do óleo de soja teve média de R$ 3.454,57/tonelada, a maior, em termos nominais, na série histórica do Cepea, 4,9% acima da registrada em outubro e a maior desde dezembro de 2016, em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP–DI, base outubro/19.
MILHO: EM NOVEMBRO, COTAÇÕES SOBEM MAIS DE 14% EM ALGUMAS PRAÇAS
A procura aquecida e a retração vendedora têm mantido os preços do milho em forte alta em todas as regiões levantadas pelo Cepea. No acumulado de novembro, os avanços nos valores superaram os 14% em algumas regiões. De acordo com colaboradores do Cepea, os preços no interior do País seguem acima dos verificados na região dos portos, o que tem feito com que os poucos vendedores ativos e detentores de lotes da segunda safra direcionem o milho ao mercado interno. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 47,88/sc de 60 kg na sexta-feira, 29, altas de 3,1% na semana e de 14,1% no acumulado de novembro.
MANDIOCA: PRODUTORES ADIAM COMERCIALIZAÇÃO E MÉDIA MENSAL SOBE 22,6%
Os mandiocultores com lavouras disponíveis para entrega continuam postergando a comercialização, ainda devido ao baixo rendimento de amido e à menor produtividade. Além disso, choveu nos últimos dias em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, o que atrapalhou o avanço dos trabalhos no campo e ajudou a reduzir a oferta. A demanda, por sua vez, segue firme, impulsionando os preços da raiz. Assim, entre 25 e 29 de novembro, o preço médio semanal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 445,42 (R$ 0,7747 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 3,8% acima do registrado na semana anterior. A média mensal, por sua vez, foi 22,6% superior à de outubro, em termos nominais.
OVOS: PREÇOS TÊM ALTA ATÍPICA PARA O PERÍODO
Apesar do período de final de mês, que tradicionalmente pressiona as cotações dos ovos, as altas nos preços das principais proteínas de origem animal (bovina, suína e de frango) passaram a favorecer o consumo do produto na última semana de novembro (entre 21 e 28), elevando a procura e consequentemente as cotações dos ovos. Segundo colaboradores do Cepea, a valorização foi reforçada pelo aumento de pedidos das redes varejistas que pretendem realizar promoções na Black Friday. Para a primeira semana de dezembro, agentes do setor sinalizam otimismo, baseados nas condições favoráveis para reajustes positivos nas cotações.