Os negócios envolvendo a soja em grão voltaram a se aquecer no mercado brasileiro, devido à firme demanda doméstica. De acordo com pesquisadores do Cepea, os atuais patamares elevados de preços estimulam sojicultores a comercializarem o produto remanescente da safra 2018/19 e os poucos volumes já disponíveis da temporada 2019/20. A maior liquidez, os baixos estoques atuais, o atraso na colheita de verão e o clima mais seco em parte das regiões Sul e Nordeste explicam o movimento de alta dos preços. Na parcial de janeiro, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná estão nos maiores patamares para o mês desde 2016, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de dezembro).
MILHO: INDICADOR SEGUE EM ALTA E SE APROXIMA DO RECORDE NOMINAL
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho está próximo do patamar recorde nominal da série do Cepea, de R$ 53,91/sc, verificado no início de junho de 2016. Na sexta-feira, 17, o Indicador fechou a R$ 51,77/sc de 60 kg, com avanço de 6,48% na parcial de janeiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a disponibilidade doméstica ainda é baixa, apesar de a colheita da safra verão 2019/20 já ter sido iniciada no Sul do País. A demanda, por sua vez, está ativa no mercado interno, contexto que mantém os preços do milho em alta no spot.
MANDIOCA: PREÇO SEGUE EM QUEDA COM MAIOR OFERTA
De acordo com informações do Cepea, produtores estiveram mais ativos nos trabalhos de colheita e entrega de mandioca para as indústrias nos últimos dias. Isso porque parte dos mandiocultores estava em acordo com as empresas e cumpriu a programação, enquanto outros sinalizaram necessidade de caixa ou mesmo de liberar área, inclusive para o cultivo de milho. Também houve aqueles que buscaram antecipar a colheita, evitando perdas com doenças e podridão. Vale destacar que chuvas afetaram os trabalhos de campo, com destaque para Mato Grosso do Sul. Nesse cenário, as cotações seguiram em queda. Segundo dados do Cepea, o preço médio da raiz de mandioca posta nas fecularias foi de R$ 457,14 por tonelada (R$ 0,7950 por grama na balança hidrostática de 5kg), baixa de 3,2% frente à média da semana anterior.
OVOS: EXPORTAÇÕES SÃO AS MENORES DESDE JULHO DE 2006
Em dezembro do ano passado, as exportações brasileiras de ovos in natura registraram o menor volume desde julho de 2006. Segundo dados da Secex, no último mês de 2019 foram embarcadas 97,2 toneladas de ovos, recuos de 16,4% frente a novembro e de fortes 92,5% na comparação com dezembro/18. A queda é atípica para o período. Quanto à receita, os embarques de ovos in natura geraram R$ 449,37 mil em dezembro, baixas de 13,5% frente ao mês anterior e 90,4% na comparação com o último mês de 2018. No mercado interno, o aumento na procura por ovos elevou as cotações na semana passada. Colaboradores do Cepea indicam que as vendas aquecidas já começam a afetar a disponibilidade dos ovos, com falta de produto em algumas regiões.