Com o clima desfavorável para o cultivo da soja nos Estados Unidos e o possível impacto sobre a produtividade, sojicultores brasileiros (principais exportadores mundiais da commodity) se afastaram dos negócios na semana passada, de acordo com informações do Cepea. Esse cenário foi verificado mesmo com a demanda aquecida pelo grão. A expectativa é de remuneração ainda maior nas vendas da oleaginosa nos próximos meses. Já a liquidez para exportação segue satisfatória, ainda favorecida pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Quanto ao farelo de soja, a demanda pelo produto nacional segue aquecida, tanto por compradores domésticos quanto externos. Esse cenário elevou com força os prêmios de exportação deste derivado, o que resultou em maior paridade de exportação e aumento na receita com as vendas no mercado interno.
MILHO: PREÇOS TÊM FORTE REAÇÃO EM MAIO
Os preços do milho, que estavam em movimento de queda desde março, passaram a subir em maio, especialmente na segunda quinzena. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) registrou elevação de 14,66% no acumulado de maio (de 30 de abril a 31 de maio), fechando a R$ 38,56/sc de 60 kg na sexta-feira. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da retração de vendedores, que estão atentos ao atual maior ritmo das exportações e também à possibilidade de que as vendas externas sigam aquecidas nos próximos meses. Do lado comprador, muitos agentes, desabastecidos, precisam aumentar os valores para conseguir fechar negócios – que, por sua vez, se restringem a pequenos lotes.
MANDIOCA: MENOR INTERESSE DA INDÚSTRIA REDUZ LIQUIDEZ
A quantidade de mandioca ofertada para as indústrias foi menor na semana passada, devido à retração de parte dos agricultores e às condições climáticas desfavoráveis, conforme indicam pesquisadores do Cepea. Porém, com algumas indústrias sem interesse em aumentar o esmagamento, as vendas caíram, pressionando as cotações. Entre 27 e 31 de maio, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 308,24 (R$ 0,5361 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), baixa de 2,1% frente à semana anterior.
OVOS: PROCURA AUMENTA NO FINAL DE MAIO, MAS PREÇO AINDA É INFERIOR AO DE ABRIL
Na última semana de maio, granjeiros relataram ligeiro aumento na procura por ovos comerciais, o que impulsionou levemente os preços na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar do aumento pontual, as cotações recuaram no mês. No acumulado de maio (de 30 de abril a 31 de maio), o ovo branco, tipo extra, desvalorizou-se 3,3% em Bastos (SP), a R$ 74,78/caixa de 30 dúzias na sexta-feira, 31. Quanto ao ovo vermelho, tipo extra, o recuo no mesmo período foi de 4,2% em Bastos, a R$ 86,74/cx no dia 31. Segundo colaboradores do Cepea, a expectativa é de que as temperaturas mais baixas de junho reduzam a produção de ovos, o que pode limitar as desvalorizações. Ao mesmo tempo, as festas juninas e o início de mês devem estimular o consumo, contribuindo para sustentar os valores da proteína.