O mercado mundial de soja está atento à colheita na América do Sul e às primeiras estimativas de intenção de plantio nos Estados Unidos. Segundo pesquisadores do Cepea, enquanto a safra brasileira segue em bom ritmo e caminha para produção recorde, na Argentina, o início da colheita fez com que as estimativas fossem novamente reajustadas para baixo. Esse contexto na Argentina acabou elevando os preços do complexo soja nos Estados Unidos e limitando o movimento de baixa no Brasil nos últimos dias. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a produção de soja na Argentina está estimada em 25 milhões de toneladas, 44,4% abaixo da média das últimas cinco safras. Pesquisadores do Cepea destacam que, assim, a necessidade de a própria Argentina importar o grão para processamento interno deve aumentar, ao mesmo tempo em que demandantes externos de farelo e de óleo tendem se direcionar ao Brasil e aos Estados Unidos. Para o Brasil, esse é um ambiente favorável em ano de oferta possivelmente recorde, ao mesmo tempo que as variações positivas de preços podem atrair mais produtores a semearem a soja nos Estados Unidos na safra 2023/24.
MILHO: INDICADOR SEGUE EM QUEDA
O preço do milho fechou março em baixa. De acordo com informações do Cepea, enquanto produtores têm necessidade de escoar a produção da safra de verão, compradores nacionais e externos limitam as aquisições. Vendedores estão mais flexíveis nos valores e dispostos a realizar entregas imediatas. Do lado da demanda, agentes consultados pelo Cepea sinalizam ter estoques para o curto prazo, enquanto outros aproveitam as oportunidades atuais de maior oferta para adquirir o cereal a valores mais baixos. EXPORTAÇÃO – As compras no spot estão em ritmo muito lento, mas os embarques seguem intensos. Até a terceira semana de março (18 dias úteis), o Brasil exportou 1,13 milhão de toneladas de milho, volume 99% maior que o do mesmo período do ano passado, segundo a Secex, e superior às 900 mil toneladas estimadas pela Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) para este mês.
MANDIOCA: COTAÇÕES ESTÃO NOS MENORES PATAMARES EM SEIS MESES
O avanço da colheita nas regiões produtoras de mandioca no Centro-Sul tem elevado a oferta, que está sobressaindo à demanda e pressionando as cotações. De acordo com dados do Cepea, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia registrou queda de 4,9%, a R$ 966,74 (R$ 1,6813 por grama de amido) na semana passada, retomando o patamar nominal registrado no final de setembro de 2022. A média de março recuou 11% frente ao mês anterior, a queda mais expressiva desde novembro de 2020.
OVOS: VALORES DOS OVOS FECHAM MARÇO EM ELEVAÇÃO
Os preços médios dos ovos finalizaram março em alta. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação dos valores vem da demanda mais firme durante o período de Quaresma. Do lado produtor, não há relatos de sobras, e a concessão de descontos não tem sido necessária para garantir a liquidez. Na região produtora de Bastos (SP), o preço médio da caixa com 30 dúzias de ovos brancos tipo extra fechou a R$ 176,11 em março (até o dia 30), alta de 6,5% em relação ao do mês anterior.