Os embarques de soja em grão seguem aquecidos, após o Brasil ter enviado volume recorde ao mercado externo em maio. No mês passado, o País embarcou 12,35 milhões de toneladas de soja em grão, segundo dados da Secex, volume 20,4% superior ao de abril/18 e 12,7% acima do de maio/17. Mesmo com a dificuldade logística na segunda quinzena do mês, o Brasil já havia exportado quase 70% dessa quantidade nos primeiros 13 dias úteis de maio. Conforme pesquisadores do Cepea, esse cenário se deve, principalmente, à valorização do dólar frente ao Real, que incentivou produtores a exportarem o grão. A moeda norte-americana está em forte alta desde maio, voltando aos patamares observados em março de 2016. Assim, o preço médio das vendas de soja em maio, de R$ 88,30/sc de 60 kg, foi o maior desde janeiro/16, sendo 7,7% superior ao de abril e 23,7% maior que o de maio/17, com base no valor médio do dólar em maio, de R$ 3,637.
MILHO: MENOR INTERESSE DE COMPRA E MAIOR OFERTA INTERROMPEM ALTA DOS PREÇOS
Os preços do milho caíram no mercado interno nos últimos dias, interrompendo o movimento de alta que era verificado desde o final de abril. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio do menor interesse de compradores e da maior oferta. As negociações, no entanto, foram limitadas por especulações quanto aos novos preços de frete. Com o fim da greve dos caminhoneiros, muitos vendedores aumentaram as ofertas, devido à necessidade de escoamento do milho antes da entrada da segunda safra. Aqueles que iniciaram aos poucos a colheita da segunda safra, no entanto, estão retraídos, incertos quanto à produtividade. Demandantes, por sua vez, trabalham com o cereal adquirido em semanas anteriores, mas alguns precisaram refazer seus estoques, o que, por sua vez, limitou o movimento de queda dos preços. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou 5,7% de 1º a 8 de junho, indo a R$ 43,27/sc de 60 kg na sexta-feira, 8.
CENOURA: REPOSIÇÃO DE ESTOQUES ELEVA DEMANDA E PREÇOS SOBEM EM MG
Os preços da cenoura estão em alta em São Gotardo (MG). De acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, a demanda pelo produto aumentou nos últimos dias, visto que os estoques de atacadistas estavam em baixos patamares, devido à greve dos caminhoneiros no final de maio. Além disso, a interrupção da colheita por oito dias elevou a participação de cenouras do tipo “G” para 16% do total produzido – a média costuma ser de 10%. Assim, entre 4 e 8 de junho, os preços subiram 33% em relação à semana anterior à greve, com a caixa de 29 kg da cenoura “suja” a R$ 18,50. Quanto à cenoura do tipo “AAA”, a caixa de 20 kg foi comercializada a R$ 27,00 no mesmo período.