Os preços da soja caíram no mercado spot brasileiro ao longo da última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio sobretudo da desvalorização externa da oleaginosa. Nos Estados Unidos, apesar de a oferta de soja ser a menor em quatro anos, a colheita está em ritmo acelerado, contexto que pressiona as cotações do grão. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real (que torna as commodities dos Estados Unidos menos atrativas aos importadores) e a baixa demanda externa reforçaram o movimento de queda no preço.
MILHO: ATIVIDADES DE CAMPO SEGUEM AVANÇANDO; PREÇOS DIVERGEM ENTRE AS REGIÕES
A colheita da segunda safra e a semeadura da safra verão seguem avançando na maior parte das regiões brasileiras. Pesquisadores do Cepea indicam que a comercialização do milho, contudo, se mantém lenta, com compradores priorizando a utilização dos estoques negociados antecipadamente. Os preços, por sua vez, vêm apresentando comportamentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Enquanto nas praças produtoras de segunda safra e nas que possuem estoques elevados os valores do milho caem, nas regiões consumidoras e/ou que têm apenas plantio da safra verão, as cotações sobem.
MANDIOCA: OFERTA ESTÁ ALINHADA À DEMANDA INDUSTRIAL
A oferta e a demanda de mandioca para processamento estiveram alinhadas na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, as indústrias continuaram limitando o esmagamento por conta da baixa liquidez nos mercados de fécula e de farinha. Além disso, a baixa disponibilidade de áreas para colheita não permitiu o aumento da oferta. Boa parte das lavouras já foi podada, e/ou produtores priorizaram outras atividades. Com isso, a pressão sobre os valores foi menor nos últimos dias. A média nominal a prazo (posta fecularia) foi de R$ 605,52/t (R$ 1,0531 por grama de amido), recuo semanal de 1,2%.
OVOS: OFERTA ELEVADA E ONDA DE CALOR PRESSIONAM COTAÇÕES DOS OVOS
Os valores dos ovos comerciais caíram de forma expressiva na semana passada na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea. Segundo colaboradores, a forte onda de calor que atinge grande parte do Brasil e a oferta abundante levaram muitos produtores a concederem descontos para escoar o produto, visto que altas temperaturas reduzem a vida útil dos ovos. Além disso, conforme relatos dos avicultores consultados pelo Cepea, o mercado esteve bastante lento nos últimos dias, o que acabou elevando os estoques. Já do lado comprador, os agentes fizeram pressão sobre os valores da proteína, baseados nos menores tamanho e vida útil do produto devido ao calor.