Os preços da soja seguem em alta nos Estados Unidos e no Brasil, influenciados especialmente pela firme demanda global. A oleaginosa é negociada acima dos US$ 16,00/bushel na CME Group (Bolsa de Chicago) e em patamares recordes nominais no Paraná (Indicador CEPEA/ESALQ). Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização no mercado internacional também está atrelada a preocupações com o clima seco e com previsões indicando baixas temperaturas, que elevam o risco de geadas nos Estados Unidos. Ressalta-se que, no Brasil, os preços não conseguiram absorver totalmente o avanço externo. Além da desvalorização do dólar frente ao Real, a colheita da safra nacional ainda está em andamento e houve queda nos prêmios de exportação.
MILHO: INDICADOR SUPERA OS R$ 100/SC
Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) do milho atingiu a marca histórica de R$ 100/saca de 60 kg – novo recorde real da série histórica do Cepea. A baixa oferta do cereal no mercado spot nacional é o principal fator de sustentação. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de a colheita da safra verão estar na reta final, muitos produtores estão afastados das vendas, preocupados com o desenvolvimento das lavouras de segunda temporada, que pode ser prejudicada pelo clima seco. Já compradores mostram necessidade de recompor estoques. No Paraná, a disputa pelo grão está acirrada, e colaboradores do Cepea indicam que, em alguns casos, as intenções de venda atingem R$ 110/sc.
MANDIOCA: COM MENOR OFERTA, PREÇO CONTINUA EM ALTA
A estiagem tem se agravado nas regiões produtoras de mandioca do Centro-Sul, permitindo que a colheita da raiz ocorra apenas em algumas áreas, especialmente as de solo mais arenoso, e a cada dia mais agricultores estão interrompendo as atividades. Neste cenário de oferta reduzida, os preços da mandioca subiram em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A média nominal a prazo para a tonelada posta fecularia foi de R$ 463,07 (R$ 0,8053 por grama de amido) na semana passada, 1,8% acima da anterior.
OVOS: EXPORTAÇÃO NO 1º QUADRIMESTRE É A MAIOR PARA O PERÍODO EM 5 ANOS
Com o câmbio favorecendo as vendas externas e o mercado doméstico desaquecido, as exportações de ovos têm ganhado relevância em 2021. De acordo com dados da Secex, em abril, 701,2 toneladas de ovos para consumo foram enviadas ao exterior, quantidade 55% maior que a de março e quase dez vezes acima da exportada em abril/20. Dessa forma, nos quatro primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 3,95 mil t de ovos para consumo, o maior volume para o período desde 2016. Os embarques da proteína têm sido uma boa alternativa para desafogar o setor, que, apesar dos preços domésticos elevados, tem obtido margem pequena, devido aos elevados custos de produção. MERCADO INTERNO: Segundo informações do Cepea, apesar do início do mês, o mercado de ovos esteve lento na semana passada, frustrando as expectativas de melhores vendas com a entrada de maio. Assim, produtores e distribuidores têm concedido descontos para efetivar as vendas, pressionando ligeiramente o valor médio pago pela proteína.