Com volume recorde de soja exportado no primeiro semestre, empresas domésticas começam a ter dificuldades em se abastecer, segundo informações do Cepea. Empresas do Sul do País, inclusive, já importam a soja do Mercosul. Em junho, o Brasil comprou 89,76 mil toneladas de soja (especificamente nesse mês, apenas do Paraguai), mais que o dobro do adquirido em maio e o maior volume importado desde junho/16, de acordo com a Secex. Ainda assim, a baixa liquidez e o enfraquecimento do dólar limitaram o movimento de alta nos valores domésticos. ÓLEO DE SOJA – Com a baixa oferta de matéria-prima e a crescente demanda externa por óleo de soja, os preços deste derivado e os prêmios para exportação seguem atingindo novos recordes, segundo dados do Cepea. As indústrias de biodiesel também estão ativas – algumas fábricas brasileiras, inclusive, mostram interesse em exportar o óleo de soja em detrimento de vendê-lo no mercado doméstico.
MILHO: INDICADOR VOLTA A FECHAR ACIMA DE R$ 50/SC
Os preços do milho seguem avançando na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Vendedores têm limitado a oferta no mercado doméstico, enquanto demandantes estão interessados em adquirir novos lotes. Na semana passada, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) voltou a operar acima de R$ 50/saca de 60 kg – nessa sexta-feira, 10, fechou a R$ 50,23/saca de 60 kg, alta de 1,17% frente à sexta anterior, 3. CAMPO – A colheita está em ritmo maior no Centro-Oeste, mas não o suficiente para pressionar os valores. No geral, em Goiás, Mato Grosso e no Triângulo Mineiro, as atividades são favorecidas pelo tempo seco. Já em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, os trabalhos de campo ainda estão lentos, e atrasos na entrega influenciam a sustentação dos preços. Nestes estados e também no Paraná, chuvas pontuais limitam as atividades.
MANDIOCA: RETRAÇÃO PRODUTORA MANTÉM OFERTA BAIXA
A oferta de mandioca continua abaixo das expectativas de agentes consultados pelo Cepea. Parte dos produtores continuou avançando com o plantio, enquanto outros, ainda sem interesse pela comercialização, efetuaram a poda nas lavouras prontas para serem entregues. Os poucos mandiocultores interessados em vender raízes mais novas elevaram seus preços. A demanda, por sua vez, aumentou. Entre 6 e 10 de julho, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 332,14 (R$ 0,5776 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), elevação de 0,3% frente à semana anterior.
OVOS: MAIOR DEMANDA E OFERTA LIMITADA ELEVAM PREÇOS
As cotações dos ovos subiram em todas as praças acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias. Devido ao período de início de mês, a demanda por ovos aumentou, e, além disso, as temperaturas mais baixas em boa parte das principais regiões produtoras vêm limitando a oferta de ovos, uma vez que tendem a diminuir a produção das poedeiras. Quanto aos embarques brasileiros do produto in natura, conforme dados da Secex, o Brasil exportou 115,9 toneladas de ovos em junho, 37,7% menor do que o volume registrado em maio e, ainda, 67,4% abaixo do observado em junho/19. De modo geral, os embarques de 2020 têm sido menores do que os de anos anteriores, principalmente por conta do recuo nas vendas para importantes parceiros comerciais, como os Emirados Árabes Unidos.