Aos poucos, uma parcela maior das lavouras de soja vai entrando em fase de maturação, e a baixa umidade permite o avanço da colheita no Brasil. Assim, as atividades estão ganhando ritmo, segundo colaboradores do Cepea. A Conab estima que, até o dia 19 de fevereiro, 15,5% da área de soja nacional havia sido colhida. De acordo com informações do Cepea, a maior oferta já tem resultado em novas negociações da oleaginosa no mercado spot, mesmo que pontuais, uma vez que grande parte da produção esperada está comprometida via contratos a termo. Quanto aos preços, subiram nos últimos dias no mercado interno, influenciados pela firme demanda, pela baixa disponibilidade interna (visto que a colheita ainda está ganhando ritmo) e pelas valorizações externa e cambial.
MILHO: PREÇOS SEGUEM EM ALTA; NEGOCIAÇÃO ESTÁ LENTA
As cotações do milho continuam em elevação no mercado interno, conforme apontam dados do Cepea. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) fechou a R$ 85,41/sc de 60 kg na sexta-feira, 26, com alta de 1,26% entre 19 e 26 de fevereiro. Vale ressaltar que, no dia 25, o Indicador fechou a R$ 85,59/sc, recorde nominal da série do Cepea. Produtores estão atentos à colheita da safra verão no Sul e Sudeste do País e à semeadura da segunda safra, principalmente no Centro-Oeste e em algumas regiões paranaenses, com baixo interesse nas negociações. Compradores com necessidades imediatas, por sua vez, acabam cedendo a valores maiores. No geral, o ritmo de comercialização está lento, com apenas negócios pontuais. Além dos atuais patamares elevados de preços, agentes seguem enfrentando dificuldades logísticas.
MANDIOCA: PROCESSAMENTO MAIS QUE DOBRA EM FEVEREIRO
Com a intensificação da colheita e da entrega de mandioca nas indústrias em fevereiro, apesar das chuvas em alguns períodos, o processamento da raiz mais que dobrou no mês. Agentes tiveram os objetivos de realizar as atividades antes do período de concentração de colheita de safra de verão de grãos e de entregar áreas de arrendamento ou mesmo liberar áreas para o cultivo de milho de safrinha. Quanto às cotações, seguem em queda, visto que a oferta continua maior que o interesse das indústrias, que não têm interesse em estoques de fécula.
OVOS: PREÇO MÉDIO DE FEVEREIRO É O MAIOR DA SÉRIE
Com altas consecutivas no início do mês e estabilidade na última semana, o preço médio dos ovos comerciais em fevereiro é o maior, em termos reais (IPCA de jan/21), da série histórica do Cepea, iniciada em março de 2013 para esse produto. As cotações elevadas estão atreladas à menor oferta, principalmente de ovos maiores, uma vez que, em janeiro e em fevereiro, o setor intensificou os descartes das poedeiras mais velhas. Além da disponibilidade limitada, a demanda aquecida também vem ajudando a impulsionar as cotações – os preços das carnes em altos patamares têm favorecido a procura por ovos. O período de Quaresma, que tradicionalmente incrementa as vendas, também tem contribuído para elevar as cotações da proteína.