O clima favoreceu a colheita de soja em muitas regiões brasileiras na segunda quinzena de janeiro, principalmente em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo – as atividades também foram iniciadas em Goiás, Minas Gerais (áreas precoces) e nas regiões norte e oeste do Paraná. Com isso, os preços médios da soja em grão recuaram nas últimas semanas do mês, fazendo com que o valor médio de janeiro ficasse 3% abaixo do de dezembro/17. Segundo pesquisadores do Cepea, a queda nos preços domésticos se deve também à desvalorização do dólar frente ao Real, cenário que retraiu os produtores e limitou as exportações. Quanto ao ritmo de comercialização, as negociações seguem pontuais, com cautela tanto do lado comprador quanto do vendedor. Além disso, conforme a colheita avança, agentes dão prioridade ao cumprimento de contratos. Mesmo assim, deve haver maior interesse de venda nas próximas semanas, para pagamento das despesas de colheita. Considerando-se as médias de dezembro/17 e janeiro/18, houve queda de 3,2% para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e de 3,7% para o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná – no mês passado, as médias foram de R$ 71,83/sc de 60 kg e de R$ 67,42/sc de 60 kg, respectivamente.
MILHO: BAIXA LIQUIDEZ PRESSIONA INDICADOR EM JANEIRO
O mercado de milho inicia fevereiro com estoques em volume recorde e ritmo de comercialização lento. Conforme colaboradores do Cepea, produtores/vendedores, principalmente os do Centro-Oeste, seguem priorizando a comercialização da soja – algumas empresas, inclusive, têm armazenado o milho da safra passada para negociar a oleaginosa da atual temporada. Além disso, transportadoras também têm dado preferência ao carregamento da oleaginosa neste momento. Quanto aos preços, por enquanto, a maior oferta de cereal proveniente do início da colheita de verão do Sudeste e do Sul do País pressiona ou impede uma reação mais forte nos preços. No entanto, parte dos agentes tem expectativa de que os valores do cereal possam se recuperar, fundamentados nas incertezas quanto à segunda safra. No dia 31, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) fechou a R$ 32,77/saca de 60 kg, queda de 2,96% no acumulado do mês. Entre 26 de janeiro e 2 de fevereiro, especificamente, o Indicador subiu 1,9%, fechando a R$ 33,20/sc no dia 2. O impulso dos últimos dias está atrelado, sobretudo, à necessidade de compradores de adquirir o cereal e à retração vendedora, que, por contade chuvas e dificuldades relacionas à colheita, ainda limita os negócios a lotes pequenos e pontuais.
MANDIOCA: COLHEITA AVANÇA E VALORES TÊM LEVE QUEDA
A colheita de mandioca foi retomada neste início de fevereiro em boa parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, aumentando a oferta para a indústria – as chuvas ocorridas no final de janeiro prejudicaram o avanço da atividade. Parte dos agricultores demonstrou maior interesse pela colheita nesta semana, seja por conta dos preços em patamares ainda atrativos, ou mesmo pela necessidade de liberação de área. Mesmo assim, poucos são os mandiocultores com produto disponível para comercialização. Além disso, alguns produtores seguem priorizando os tratos culturais, principalmente a aplicação de herbicidas. Assim, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia recuou ligeiro 0,11% frente à semana anterior, fechando média de R$ 642,00 (R$ 1,1150 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg).