O dólar segue se valorizando frente ao Real, e esse cenário vem sustentando as altas nos preços da soja em grão no mercado interno, à medida que deixa o produto brasileiro mais barato aos importadores. Além da demanda firme, a baixa disponibilidade da oleaginosa nos mercados doméstico e internacional também influencia os avanços nos preços. Segundo colaboradores do Cepea, alguns agentes apostam em novas valorizações e, com isso, mantêm o produto em estoque, visando a venda no último trimestre do ano. Na sexta-feira, 20, a moeda norte-americana atingiu R$ 5,378, alta de 2,57% em relação à sexta anterior. Para a soja, entre 13 e 20 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá subiu 1,6%, indo para R$ 174,94/sc de 60 kg na sexta. O Indicador da soja CEPEA/ESALQ – Paraná avançou 1,4% no mesmo comparativo, fechando a R$ 172,24/sc de 60 kg.
MILHO: PROCURA ENFRAQUECIDA E BAIXA LIQUIDEZ PRESSIONAM INDICADOR
Compradores de milho seguem afastados do mercado spot nacional, com expectativa de melhores oportunidades nas próximas semanas. Segundo colaboradores do Cepea, esses agentes estão fundamentados no avanço da colheita e nos vencimentos de dívidas de custeio no fim de agosto e de setembro, que podem levar vendedores a aceitarem negociar novos lotes a preços menores, no intuito de “fazer caixa”. Por enquanto, a maior parte dos produtores também segue retraída do mercado. Diante disso, as negociações estão lentas no mercado spot, e os preços, em queda. Entre 13 e 20 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) caiu 1,08%, fechando a R$ 98,79/saca de 60 kg na sexta-feira, 20.
MANDIOCA: COM OFERTA REDUZIDA, MÉDIA NOMINAL É A MAIOR DESDE OUTUBRO/20
O clima seco e as temperaturas elevadas na maioria das regiões produtoras de mandioca acompanhadas pelo Cepea prejudicaram a colheita nos últimos dias, interrompendo os trabalhos em alguns casos. Assim, de acordo com colaboradores do Cepea, as indústrias de fécula e de farinha tiveram dificuldades para se abastecer. Nesse contexto, entre 16 e 20 de agosto, a média semanal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 492,34 (R$ 0,8562 por grama de amido), 4% maior que a do período anterior e também a mais alta desde outubro do ano passado, em termos nominais. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), o valor médio da última semana é 15,7% maior que o do mesmo período de 2020.
OVOS: ALTA NA MÉDIA MENSAL ELEVA PODER DE COMPRA DE AVICULTOR EM AGOSTO
Os preços médios dos ovos comerciais e também dos principais insumos de alimentação consumidos na avicultura de postura, milho e farelo de soja, estão mais altos nesta parcial de agosto (até o dia 20) na comparação com os de julho. Porém, para a proteína, a média mensal subiu com mais intensidade, favorecendo o poder de compra de avicultores frente a esses insumos. Apesar do recente recuo, as cotações dos ovos subiram na primeira quinzena, impulsionadas pela baixa oferta e pela demanda firme, contexto que vêm sustentando a média mensal da proteína. No mercado de milho, conforme levantamento do Cepea, os preços recuaram nos últimos dias, mas a oferta enxuta ainda sustenta a média mensal frente à de julho. Quanto ao farelo de soja, o aumento da demanda externa pelo derivado brasileiro diminuiu a oferta interna e elevou os valores.