Os preços da soja subiram no Brasil ao longo da semana passada. De acordo com pesquisadores do Cepea, o movimento de alta esteve atrelado à valorização do dólar frente ao Real, às expectativas de maior demanda externa pela soja do Brasil e à retração de grande parte dos sojicultores nacionais. No mercado de farelo de soja, levantamento do Cepea mostra que os preços tiveram movimentos distintos dentre as regiões, uma vez que parte dos consumidores se mostra abastecida para médio prazo, ao passo que outra parcela intensificou as compras no curto prazo. Já os valores do óleo de soja recuaram Brasil, pressionados pela retração de compradores – grande parte dos demandantes adquiriu volumes elevados no começo de agosto e, agora, estão mais cautelosos nas aquisições.
MILHO: MOVIMENTO DE QUEDA NO PREÇO É AMENIZADO
Ainda que a colheita de milho venha apresentando bom ritmo nas principais regiões produtoras de segunda safra, o movimento de queda das cotações do cereal perdeu força na semana passada. Pesquisadores do Cepea indicam que esse cenário se deve à retração de parte dos vendedores, que estão atentos à recente intensificação das exportações brasileiras de milho e à valorização do dólar. Muitos consumidores, por sua vez, evitam negociar grandes lotes, à espera de novas quedas nos preços. Segundo pesquisadores do Cepea, esses demandantes estão fundamentados nas estimativas indicando safra recorde, nas dificuldades de armazenagem – que crescem à medida que as atividades de campo avançam – e, sobretudo, na proximidade de vencimento de dívidas relacionadas aos custeios.
MANDIOCA: COM OFERTA ABAIXO DAS EXPECTATIVAS, PRESSÃO SOBRE AS COTAÇÕES DIMINUI
A oferta de raiz de mandioca até aumentou nos últimos dias, mas ainda está abaixo das expectativas dos agentes do mercado. Segundo dados do Cepea, entre 14 e 18 de agosto, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 707,23 (R$ 1,2300 por grama de amido), leve alta semanal de 0,2%. De acordo com colaboradores do Cepea, as chuvas da última semana possibilitaram a retomada dos trabalhos no campo em parte das regiões produtoras, mas o clima seco prevaleceu nas demais, dificultando o avanço da colheita.
OVOS: MERCADO DE OVOS SE ENFRAQUECE COM O INÍCIO DA SEGUNDA QUINZENA
As vendas de ovos comerciais, que ficaram abaixo das expectativas na primeira quinzena de agosto, diminuíram ainda mais nesta segunda metade do mês, enfraquecendo também as cotações da proteína na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea. Segundo colaboradores, a demanda por ovos está baixa, e novos negócios têm sido efetivados apenas mediante promoções ou concessão de descontos. Esse cenário, somado à oferta elevada, tem colocado pressão sobre os valores da proteína. Assim, alguns produtores têm realizado descartes das poedeiras mais velhas, com o objetivo de reduzir a disponibilidade do produto e sustentar os preços. Apesar do cenário baixista na maioria das praças, em outras, os avicultores têm conseguido manter os preços relativamente estáveis.