Ainda em ritmo lento, parte dos produtores da região norte de Mato Grosso consultados pelo Cepea já iniciou a colheita de soja na semana passada. As atividades devem ser intensificadas na segunda quinzena de janeiro, quando sojicultores do Sudeste, Centro-Oeste e parte do Sul também começam a colher as lavouras prontas. Diante disso, agricultores estão atentos ao clima, tendo em vista que os níveis pluviométricos têm sido distintos em uma mesma região. As negociações no spot, por sua vez, seguiram em ritmo lento. De um lado, compradores consultados pelo Cepea se mostram abastecidos e fora de mercado para novas aquisições, uma vez que esperam preços menores com a intensificação da colheita da safra recorde no próximo mês. De outro, vendedores não demonstram interesse em novas vendas e seguem apenas cumprindo contratos. As efetivações aconteceram com mais intensidade para entrega em fevereiro de 2019.
MILHO: COM COMPRADORES ABASTECIDOS, NEGOCIAÇÕES SÃO PONTUAIS
Os preços de milho voltaram a subir, influenciados pela posição retraída de vendedores. As negociações envolvendo o cereal são pontuais, visto que parte dos compradores consultados pelo Cepea indica estar abastecida para o resto deste ano – esses agentes aproveitaram, em semanas anteriores, a maior oferta do cereal proveniente de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Para as próximas semanas, o início da colheita da soja em algumas regiões do Centro-Oeste deve reduzir a disponibilidade de caminhões para o transporte do milho. Esse cenário, por sua vez, pode elevar os valores do cereal, especialmente nas regiões consumidoras acompanhadas pelo Cepea. No campo, agentes consultados pelo Cepea estão atentos ao clima seco e quente no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais – há necessidade de chuva nos próximos dias para o bom desenvolvimento das lavouras de verão.
MANDIOCA: CLIMA E BAIXA OFERTA INFLUENCIAM COMÉRCIO; EMPRESAS ENCERRAM ATIVIDADES
Nestas últimas semanas do ano, a maioria dos mandiocultores já encerrou as entregas. Além da baixa disponibilidade de raízes para comercialização, o clima seco em grande parte das regiões acompanhadas pelo Cepea influenciou o comércio, levando muitas empresas a anteciparem o período de recesso. Entre 17 e 21 de dezembro, o preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 350,72 (R$ 0,6100 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), estável frente à média anterior. Apenas a partir de meados de janeiro que agentes da indústria devem voltar suas atenções para a reabertura do mercado. Vale ressaltar que as raízes ofertadas neste período terão menos de dois ciclos, e a decisão de colheita do produtor deve depender dos preços, principalmente.
CENOURA: ''PINTAS'' ATRAPALHAM INÍCIO DA SAFRA DE VERÃO
O início da safra de verão na segunda quinzena de dezembro em São Gotardo tem sido marcado por problemas fitossanitários, principalmente pelas “pintas”, devido ao calor e às chuvas. A doença é ocasionada por fungos, que aparecem por causa da alta temperatura e umidade elevada – no início deste mês, não foi possível drenar a água do solo, prejudicando a produção nas lavouras. Como as “pintas” são observadas apenas quando as raízes passam pelo lavador, um grande volume de cenouras foi descartado durante o processo de beneficiamento. Neste cenário, a oferta diminuiu e os preços subiram. A caixa de 20 kg de “AAA” foi vendida a R$ 40,50, alta de 26,6% frente ao final da primeira quinzena do mês.